"O modelo social é um factor produtivo. Os elementos do modelo social fazem parte integrante da competitividade e geram emprego".
Na discussão do primeiro tema em análise no congresso “ As IPSS e Oportunidades de Intervenção”, Ian Olsson , Conselheiro do Comité Económico e Social Europeu, falou sobre o modelo social europeu e a evolução demográfica, com principal destaque para o modelo social nórdico, dado o seu êxito.
Ian Olsson começou por destacar que o modelo social europeu reflecte a unidade e a diversidade do próprio continente, onde existem valores comuns, tais como, a solidariedade, a coesão, a igualdade de oportunidades e a luta contra todas as formas de discriminação. Objectivos comuns a todos os Estados-Membros e que são reconhecidos no tratado constitucional.
O Conselheiro do Comité Económico e Social Europeu, fez uma alusão à estratégia de Lisboa, referindo que esta está baseada na coordenação aberta que fixa objectivos comuns, mas deixa a cada Estado-Membro a liberdade de escolher os métodos para atingi-los.
Ian Olsson enumerou os quatro modelos sociais europeus, o nórdico, o anglo-saxónico, o continental e o mediterrânico, referindo que com o alargamento a 25
Estados-Membros temos vindo a assistir à procura de novos modelos sociais, com características de influência anglo-saxónica, na maior parte dos casos.
Apesar de diferentes, cada modelo encera prós e contras, sendo o nórdico, aquele que encerra simultaneamente critérios de maior eficácia e equidade, segundo um estudo europeu do professor Sapir. Olsson, fez uma exposição das características deste último modelo e da forma como foram feitas reformas recentes com o objectivo de dar resposta aos desafios que representa o envelhecimento da população e a sobrecarga dos sistemas sociais.
Olsson afirma que “é crucial a capacidade de cada país conseguir manter o seu modelo perante os grandes desafios contemporâneos como a globalização e o envelhecimento da população”. O Conselheiro reiterou a importância de não renunciar ao modelo de cada país, mas em termos globais é imperativo que o modelo social europeu sofra uma reforma e uma modernização para fazer face aos desafios da sociedade actual.
O Conselheiro do Comité Económico e Social Europeu apelou à necessidade de uma participação mais elevadas dos jovens, dos idosos, e dos deficientes no mercado de trabalho, referindo que para tal é necessário que se faça uma aposta forte na formação contínua e no acesso de todos os cidadãos às infra-estruturas necessárias.
No final da intervenção, Ian Olsson reforçou a urgência de Portugal seguir uma política de investimentos para o crescimento da estrutura produtiva a fim de poder garantir o futuro dos idosos. Reiterou, igualmente, a necessidade de investir na educação e na formação contínua, conduzindo a pouco e pouco para uma sociedade mais justa e igualitária. “Portugal sabe combinar a rede solidária numa concepção comunitária, a sociedade civil, com o conceito da célula-base da sociedade, que é a família”, disse.
Data de introdução: 2006-02-01