“A arte cristã é a manifestação de Cristo na arte”. Esta foi uma das muitas afirmações de D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa, na conferência que proferiu na sede da Assembleia Municipal, antiga Capitania de Aveiro.
Esta presença de D. Manuel veio enriquecer a exposição “Sentido da vida: Que horizontes?”, organizada pela Comissão Diocesana da Cultura, em parceria com a associação AveiroArte e a Câmara Municipal de Aveiro, que cedeu o espaço.
O Bispo Auxiliar de Lisboa sublinhou, ao longo da sua comunicação, que “Cristo na vida é melhor que vida cristã”, enquanto recordou o célebre testemunho de S. Paulo, quando afirmou que agora “não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim”.
D. Manuel lembrou que a representação de Cristo e de outros símbolos da divindade não foram momentos pacíficos na história, mesmo entre cristãos, não obstante “o próprio Deus se representar em Jesus Cristo”. Ao longo dos séculos, porém, foram muitíssimos os artistas que se debruçaram sobre a temática religiosa, crentes ou não crentes, tanto nas artes plásticas como na literatura, tanto na música como na arte cénica e na arquitectura.
No período de perguntas e respostas, D. Manuel Clemente referiu que é fundamental valorizar a educação estética e aprender a encontrar a grandeza da arte na pequenez das coisas. Afirmou que há imensas expressões plásticas de que as pessoas nem se apercebem, e que os nossos templos e símbolos religiosos, carregados de sentido, precisam de ser muito mais conhecidos.
Considerou ainda que é importante dar razões de esperança através da arte, mas não deixou de frisar, citando o Cardeal Martini, que “a beleza que salva o mundo é o amor que partilha a dor”.
Data de introdução: 2006-04-26