O primeiro-ministro, José Sócrates, dramatizou a "urgência" de uma reforma da Segurança Social, alegando que o sistema correria o risco de desequilíbrio na próxima década e que seria "uma irresponsabilidade" se nada fosse feito.
As palavras de José Sócrates foram proferidas durante a primeira reunião da concertação social destinada a discutir a reforma do sistema de Segurança Social, que demorou cerca de duas horas e meia.
De acordo com fonte do Governo, perante os parceiros sociais, José Sócrates considerou que "não é possível adiar por mais tempo" as medidas de reforma do sistema. "Um adiamento seria uma irresponsabilidade. Se nada fosse feito, o sistema entraria em desequilíbrio na próxima década", sustentou o chefe do executivo, citado pela mesma fonte.
Na reunião, José Sócrates vincou que, neste momento, "há 2,6 trabalhadores activos por cada reformado, enquanto que na década de 80 havia 3,8 trabalhadores activos por cada pensionista".
"O objectivo destas nossas reformas é manter a credibilidade e defender a sustentabilidade do sistema público de Segurança Social", frisou o primeiro-ministro.
Ainda de acordo com fonte do Governo, José Sócrates explicou aos parceiros sociais o processo político que levou o executivo a apresentar na semana passada, no Parlamento, medidas de reforma do sistema de Segurança Social. "O primeiro-ministro evidenciou a importância do relatório anexo ao Orçamento do Estado para 2006 sobre a sustentabilidade do sistema de Segurança Social", referiu à agência Lusa um colaborador do executivo.
Nas suas intervenções, ainda segundo a mesma fonte, Sócrates "vincou a importância das medidas de ligar a idade da reforma à esperança de vida, de antecipar a fórmula de cálculo [de toda a carreira contributiva] das pensões, os incentivos à natalidade e a
nova regra nas políticas de aumento das pensões".
03.05.2006
Data de introdução: 2006-05-04