Uma visita semântica e concetual ao vastíssimo leque de palavras que, em cada tempo e lugar, servem de barómetro sociológico de um povo, remete-nos para a palavra “frágeis” aplicada a quem, no dizer do dicionário, se sente pouco resistente, quebradiço, com tendência para se submeter facilmente à vontade dos outros, fraqueza, instabilidade!
Tempos houve ( e não muito distantes) em que se falava da exclusão, da vulnerabilidade social, palavras escolhidas para referenciar pessoas que deveriam merecer uma atenção especial da comunidade. Pois bem: os “frágeis” representam uma nova categoria social a que urge prestar a maior atenção, sob pena de nos começarmos a ter de habituar no
nosso convívio social a pessoas que têm mais medo de viver do que de morrer, tamanha é a sua desilusão e incapacidade de resistir, que poderá levá-las a desistir!
É imperativo ético da comunidade nacional, no seu todo, lançar muitas bóias de salvação a quem se vá sentindo em risco de naufragar, servir de amortecedor a muitos embates violentos de desumanidades e injustiças de que vão sendo condenadas pessoas sem culpa formada! Se tiver de ser, fala-se na necessidade “ajustamentos”, mas sem esquecer que, nesta palavra tão na moda, está entroncado um conceito que a determina, a saber: “jus” = direito!
Quando se abre mão dos direitos, em face dos mais poderosos, a sociedade fica em alicerces e não há democracia que resista! A acontecer, não será pelo ruído das muitas manifestações, mas pelo silêncio ensurdecedor das multidões de frágeis!
Pe, José Maia
Data de introdução: 2012-07-09