Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que a falta de parteiras, especialmente nas nações mais pobres do planeta, é responsável pela morte de milhares de crianças e bebés em todo o mundo.
Estimativas da organização indicam que apenas 61 por cento dos partos mundiais são apoiados por profissionais médicos, incluindo parteiras, um valor que é urgente "aumentar rapidamente" para colmatar as elevadas taxas de mortalidade.
Anualmente morrem em todo o mundo mais de 500 mil mulheres em trabalhos de parto. Joy Phumpahi, vice-director geral de Saúde Comunitária e Familiar da OMS, relembra que o problema é bastante mais grave nas zonas mais pobres: o apoio médico é dado a 90 por cento dos partos nos países riscos, mas apenas 37,5 por cento das mães na Ásia e 33,6 por cento em África têm essa assistência.
"Há complicações de grande risco em 15 por cento de todos os nascimentos e para a mãe e para o bebé o apoio de um profissional médico pode representar a diferença entre a vida e a morte", explicou aos jornalistas em Genebra. "É um problema que mata mais pessoas nos países pobres do que qualquer outra coisa nos países desenvolvidos", explicou.
A OMS estima que os países em desenvolvimento necessitem de mais 330 mil pessoas qualificadas em obstetrícia, sem as quais é impossível conseguir o objectivo de cortar em dois terços as taxas de mortalidade materna, até 2015.
Parte do problema deve-se ao elevado número de técnicos qualificados de países pobres que procuram melhores condições no estrangeiro e emigram, deixando os seus sistemas nacionais ainda mais deficitários. Um recente estudo da Organização Internacional de Migrações (OIM), em seis países africanos, indica que entre 30 e 70 por cento dos funcionários médicos quer sair do seu país.
Data de introdução: 2004-11-18