A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) inaugura um novo Lar Residencial. O presidente da APPACDM, José Salazar, a Residência Autónoma, que vai funcionar na zona das Manteigadas, num apartamento cedido pela Câmara Municipal de Setúbal, pretende ser um espaço para promover a autonomia dos deficientes nos cuidados de higiene, arrumação, confecção de alimentos e tratamento de roupas, entre outros, mediante supervisão de equipas técnicas.
"Em alguns casos, estas residências autónomas podem ser verdadeiramente autónomas, ou seja, os jovens que lá estão podem chegar a um ponto em que dêem, por completo, conta da sua vida doméstica, sejam capazes de confeccionar os alimentos, sejam capazes de tratar da roupa, sejam capazes de tratar da arrumação e da higiene do apartamento, sejam capazes de fazer tudo isso, com alguma supervisão", disse José Salazar.
Para além da inauguração da nova Residência Autónoma, a APPACDM vai também apresentar publicamente o projecto para a construção de um novo Lar Residencial, equipamento que se destina a substituir o actual, a funcionar num edifício antigo, na zona de Vanicelos, e que já não preenche os requisitos mínimos em termos de higiene, segurança e conforto.
"O novo Lar Residencial, que também vai ter uma residência Autónoma, é uma estrutura que vai ter três componentes: um Lar residencial tradicional, uma residência autónoma e vai ter condições para, a partir daquele espaço, podermos desenvolver o serviço de apoio domiciliário", disse José Salazar.
De acordo com o responsável da APPACDM, o projecto do Lar Residencial, foi aprovado no âmbito de uma candidatura ao programa PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais) e tem um custo estimado de cerca de 645.000 euros, montante que será comparticipado em 60 por cento pelo estado e em 40 por cento pela instituição (258.000 euros).
O novo Lar Residencial visa responder a alguns dos casos prioritários em lista de espera, proporcionando aos utentes alojamento e apoio residencial permanente (prestação de cuidados ao nível da alimentação, higiene e conforto), mas também a aquisição de competências no domínio do relacionamento interpessoal, através de iniciativas de grupo e de actividades culturais e recreativas.
Segundo José Salazar, o Lar Residencial irá ainda proporcionar apoio domiciliário, não apenas aos utentes e suas famílias, mas também a outros indivíduos portadores de deficiência que não beneficiam de apoio especializado e que se encontram em situação de vulnerabilidade e autonomia limitada ao nível físico, psicológico e social.
"Os pais de alguns deles já têm 70 anos e já não têm condições para os ajudar no que é necessário", justificou José Salazar, acrescentando, no entanto, que 13 dos 18 lugares disponíveis no novo lar serão preenchidos por pessoas que transitam do actual, instalado num edifício antigo na zona de Vanicelos.
Questionado sobre a disponibilidade financeira da instituição para suportar a comparticipação de 258.000 na construção do novo Lar Residencial, José Salazar mostrou-se confiante no apoio das entidades locais e da sociedade civil, mas garantiu que, se for necessário, a APPACDM poderá vender o edifício do lar que vai ser desactivado.
"O ideal seria que fossemos capazes de reunir os 258.000 euros para a nossa comparticipação e é isso que tentaremos até ao limite. Mas, se isso não for possível, consideramos a possibilidade de vendermos o edifício do lar actual", concluiu o responsável da APPACDM de Setúbal.
07.03.2008
Data de introdução: 2008-03-10