No ano passado morreram 152 pessoas por causa do consumo de drogas. É o número mais baixo, se tomarmos em consideração os últimos cinco anos, e confirma uma tendência de descida.
O relatório anual, referente a 2003, do Instituto da Droga e da Toxicodependência sobre a "Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências", refere que em 2003 registaram-se 152 óbitos relacionados directa ou indirectamente com o consumo de drogas, menos quatro casos do que no ano anterior.
Os exames toxicológicos efectuados no Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) revelam que em 2001 ocorreram 280 mortes por este motivo, 318 em 2000 e 369 em 1999, tendo vindo a decrescer, paralelamente, a percentagem de positividade no conjunto dos testes efectuados.
O relatório do IDT adianta que cerca de 44 por cento dos casos com resultados toxicológicos positivos e com informação sobre a presumível etiologia da morte eram situações de suspeita de overdose, percentagem esta que tem vindo também a diminuir nos últimos anos: 58 por cento em 2002 e 72 por cento em 2001. Das 152 mortes ocorridas em 2003, 49 por cento foram na circunscrição médico-legal de Lisboa, 39 por cento na do Porto e 12 por cento na de Coimbra.
Os mortos eram maioritariamente do sexo masculino, com idades entre os 25 e os 39 anos, "constatando-se em 2003 um maior peso do género masculino e um gradual envelhecimento desta população desde 1998", lê-se no documento do IDT.
O consumo de opiáceos, como a heroína, predominou neste tipo de mortes (64 por cento), seguindo-se a cocaína (37 por cento) e os canabinóides (22 por cento). O IDT acrescenta que em 2003 foi reforçada a tendência constatada nos últimos anos, de diminuição da importância relativa dos opiáceos no conjunto das substâncias detectadas e, em contrapartida, do acréscimo do peso dos canabinóides. Em relação a 2002, decresceram as mortes envolvendo directa ou indirectamente opiáceos (-8 por cento) e cocaína (-17 por cento), aumentando os casos com canabinóides em 57 por cento.
O uso de cannabis aumentou em Portugal no ano passado, designadamente entre os mais jovens e população escolar, mas a heroína continua a ser a principal droga com consumos problemáticos, apesar de uma diminuição da procura.
Na contabilidade das mortes directa ou indirectamente relacionadas com o consumo de drogas contam, por exemplo, as mortes por acidentes de viação em que as autoridades detectaram nos condutores níveis elevados de substâncias ilícitas.
Pelo segundo ano consecutivo e contrariamente a anos anteriores, as mortes envolvendo apenas uma substância foram maioritárias, o que, na opinião dos técnicos do IDT, poderá indiciar eventuais mudanças nos padrões de consumo e reflectir as acções de redução de riscos empreendidas nesta área.
Por outro, o Relatório Anual de 2003 do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). A percentagem de toxicodependentes no conjunto de casos de sida em Portugal continua a diminuir, situando-se nos 42 por cento,
Segundo dados Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis (CVEDT), do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, de 31 de Março de 2004, expressos no relatório, a percentagem de portugueses com sida que eram toxicodependentes tem vido a diminuir: 62 por cento em 1998, 59% em 1999, 56% em 2000, 55% em 2001 e 48% em 2002, situando-se actualmente em cerca de 43 por cento.
Os toxicodependentes foram durante vários anos o grupo dominante entre os portugueses com sida, tendo sido ultrapassados pela primeira vez em Janeiro último pelo grupo dos heterossexuais.
O novo responsável pelo IDT anunciou ainda que em 2005 será feito um novo grande inquérito nacional sobre as prevalências de consumo de droga entre a população portuguesa dos 15 aos 64 anos, à semelhança do que foi elaborado em 2001.
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