A epidemia de febre hemorrágica provocada pelo vírus de Marburg em Angola já matou 146 pessoas, num total de 157 casos registados até ao final do mês de Março, segundo dados revelados em Luanda pela comissão técnica nomeada para o controlo da epidemia.
Num comunicado emitido no final da última reunião de balanço, a comissão técnica revelou que tinham sido registados 157 casos da doença, que já matou 146 pessoas. Pela primeira vez as autoridades registaram uma morte por febre hemorrágica na província de Malange. "Todos os casos continuam a ter como foco a província do Uíge", salienta o documento, especificando que ainda não foi detectado qualquer doente que tenha sido infectado fora desta província do norte de Angola. Apesar disso, já foram registadas mortes em Luanda, Malange, Cabinda e Cuanza Norte, mas sempre com doentes que foram infectados no Uíge.
Neste comunicado, foi ainda revelada a chegada a Angola de uma equipa de seis peritos do Centro de Controlo de Doenças de Atlanta, EUA, que transportam equipamento especializado. Este equipamento permite recolher 180 amostras (de sangue) por dia e realizar testes em apenas seis horas, o que vai melhorar consideravelmente as condições para a identificação de casos da doença.
A febre hemorrágica que está a afectar a província do Uíge é provocada pelo vírus de Marburg, que tem como principal vector o macaco verde. O contágio é feito através de contacto com fluidos corporais, como o sangue, o suor, a saliva ou o sémen, de indivíduos infectados. Trata-se de uma infecção viral, do grupo de radovírus, da mesma família do Ébola, que se manifesta clinicamente por uma síndrome febril hemorrágica. Os primeiros sintomas são dores de cabeça e musculares, febre alta, indisposição, vómitos, diarreia e náuseas, o que tem originado alguma confusão com a malária. As hemorragias surgem ao fim de cinco a sete dias.
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde declararam já a existência de uma epidemia de Marburg em Angola, especialmente na província do Uíge e colocado em alerta o sistema de vigilância epidemiológica nas vizinhas províncias do Zaire, Cuanza Norte, Malange e Cabinda. Esta doença é considerada rara e de alta contaminação, apresentando uma taxa de mortalidade superior a 80 por cento dos casos.
Para prestar informações, as autoridades angolanas disponibilizaram dois números telefónicos (923286060 e 912607075) onde é possível obter esclarecimentos sobre esta doença
Data de introdução: 2005-04-10