Sem fazer previsões de quem será o futuro Papa ou se será português, D. Jorge Ortiga garante que "o Papa que vier poderá contar com a nossa comunhão”. Falando aos jornalistas no fim dos trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, garantiu que a “nossa comunhão não é com este ou com aquele, desta raça ou daquela cor, mas é com o Papa enquanto Papa, enquanto legítimo sucessor de Pedro. A nossa comunhão será sempre a mesma".
Eleito Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa durante o decorrer da Assembleia que hoje terminou, D. Jorge Ortiga referiu-se, no encontro com os jornalistas no fim dos trabalhos, aos diferentes resultados da Assembleia.
Em primeiro lugar, a oportunidade da publicação do documento “Princípios e orientações da acção social da Igreja”, não para responder a qualquer circunstância da acção da Igreja nesta área, antes para enquadrar a presença da Igreja na acção social, nomeadamente através do trabalho das Instituições Particulares de Solidariedade Social. Na sua acção, devem optar pelos mais pobres, reivindicando o dever de o Estado participar na garantia das condições da dignidade humana para todas as pessoas, nomeadamente através de subsídios.
A preparação do documento “Princípios e orientações sobre os Bens Culturais da Igreja”, a publicar brevemente, tem igualmente a finalidade de fazer o enquadramento dos bens que dizem respeito à arte, ao património documental e musical. D. Carlos Azevedo, recém-eleito Secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, referiu-se à necessidade deste documento por oferecer um conjunto de princípios que ajudem a “valorizar a finalidade desses bens”. São bens feitos para o culto, que têm também uma função catequética e, quando não estão em uso, podem estar ao serviço das comunidades se feitos museus, colecções ou tesouros de catedrais. O uso dos bens culturais da Igreja para a realização de concertos está também previsto, segundo normas da Santa Sé, reafirmadas pela Conferência Episcopal, nomeadamente serem gratuitos e respeitarem a finalidade religiosa desses monumentos.
Nesta Assembleia foi também aprovado na generalidade o documento “Celebração Litúrgica na ausência de Presbítero”, que oferece um conjunto de esquemas de celebração dominical quando presididas por leigos, nomeadamente os Diáconos Permanentes. A participação destes diáconos (que são já 144 em todo o país, estando 50 em formação) nas diferentes reuniões e celebrações das comunidades será, aliás, objecto de análise na Conferência Episcopal Portuguesa, que publicará um documento sobre o tema.
Na conferência de imprensa com os jornalistas, o Presidente da conferência Episcopal Portuguesa garantiu que a Igreja não participará em campanhas a propósito da realização do referendo sobre o aborto. Isso não impedirá que divulgue a sua posição. D. Jorge Ortiga fez questão de reafirmar, ao encerrar os trabalhos, a posição já afirmada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa na sessão inaugural desta Assembleia Plenária: “não se trata de uma questão religiosa, trata-se de uma questão cultural, de defesa da vida”.
Data de introdução: 2005-04-10