O presidente da associação de lares privados de idosos desafiou o Ministério da Saúde e a Ordem dos Enfermeiros a verificarem as condições dos lares antes de fazerem afirmações sobre a falta de cuidados de saúde nestas instituições.
O desafio do presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI), João Ferreira de Almeida, surge na sequência de declarações do bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, proferidas na segunda-feira, no final de uma visita ao Hospital das Caldas da Rainha, e de afirmações do ministro da Saúde, Paulo Macedo, feitas no início do mês, durante uma visita ao serviço de urgência do Hospital de Guimarães.
Germano Couto defendeu que "o Ministério da Saúde e o Ministério da Solidariedade Social têm de se entender no que respeita aos lares de terceira idade", sustentando que, "muitas vezes, as mortes acontecem, não por responsabilidade dos hospitais, mas sim porque [os doentes] não tiveram os cuidados necessários a montante".
O ministro da Saúde também afirmou, no início de janeiro, que iria trabalhar em conjunto com o Ministério da Saúde e o da Segurança Social, para encontrar soluções mais eficazes para casos de idosos "depositados" nos hospitais e para impedir "assimetrias" nas taxas de vacinação em lares.
Em declarações, hoje, à agência Lusa, o presidente da ALI refutou estas declarações, afirmando que "convinha falarem com as estruturas representativas dos lares de idosos", antes de as fazerem, para analisarem a situação e verificar as soluções que há para estas situações.
"Com a má fama e a antipatia que há com os lares de idosos, os lares estão mesmo à mão para serem os maus da fita. É fácil descarregar para os que estão mesmo a jeito de apanhar por tabela, e sacode-se a água do capote", sublinhou.
Para o responsável, é preciso distinguir os diferentes tipos de lares: "Nos licenciados privados há cuidados médicos, nos lares sociais se calhar há menos e, nos lares clandestinos, não há mesmo".
Segundo João Ferreira de Almeida, os lares privados até evitam levar os idosos às urgências: "Todos sabemos bem o mal que passam quando vão às urgências".
Assegurou ainda que as instituições licenciadas disponibilizam um "médico próprio" aos idosos, "mesmo não sendo obrigatório segundo a regulamentação em vigor".
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