“O que é a solidariedade?”, questionou o padre Lino Maia, presidente da CNIS, durante o momento mais institucional da Festa da Solidariedade, em Évora, para responder de pronto: “É quando cada um de nós sente que é guarda do seu irmão, do seu próximo. É cada um sentir que tem responsabilidade em relação ao outro”.
Durante a cerimónia da IX Festa da Solidariedade, que arrancou com o líder da CNIS e o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, a acenderem da pira solidária que serviu de guia a toda a animação da tarde, o padre Lino Maia elogiou as IPSS, mas também “os seus dirigentes e colaboradores”, pois “sem eles todos não havia um Portugal tão coeso, solidário e com tanta esperança”, sustentou, sublinhando: “Metemo-nos, de alma e coração, pela crise dentro e descobrimos novos caminhos”.
O presidente da CNIS lembrou que “a solidariedade em Portugal é uma grande realidade”, realçando que “Portugal está mesmo na linha da frente na Europa”.
A terminar, o padre Lino Maia desafiou toda a gente contribuir para um acolhimento solidário aos refugiados que dentro em breve chegarão a Portugal, gente que foge de territórios onde grassa a guerra, a fome, a morte e a destruição.
“Vamos chamar-lhes irmãos. São refugiados de zonas de guerra, eles não são uma praga, nem está em perigo a civilização ocidental… A civilização ocidental só vence se lhe der as mãos. Acima de tudo, estão as pessoas”.
A Festa da Solidariedade foi, uma vez mais, o culminar do périplo da Chama da Solidariedade, que atravessou meio Portugal do Porto a Évora, rumou do litoral ao interior socialmente deprimido e, ali em Évora, na bela Praça do Giraldo, acolheu um vasto conjunto de grupos de IPSS de Bragança ao Algarve, que animou, com os seus cantares, representações e muita música e alegria, quem se juntou ao evento.
Boa impressão levaram os muitos turistas que pela cidade do Templo de Diana passeavam, pois, na Praça do Giraldo, tiveram oportunidade de conhecer um pouco de todo o Portugal.
Regressando à cerimónia institucional, o presidente da autarquia considerou que “o drama é real, a situação de crise não está resolvida e tem que ver com a pobreza”, recordando que “este é um problema de toda a sociedade”, pelo que “esta situação grave que vivemos deve ser aproveitada para mostrarmos que somos uma sociedade solidária”.
Nesse sentido, Carlos Pinto de Sá destacou o papel das IPSS nestes tempos difíceis, pois “se não fossem estas instituições sociais a situação seria dramática para mais de metade da população portuguesa”, afiançou.
Usaram ainda da palavra, a diretora distrital da Segurança Social, Sónia Ramos, que destacou o facto de o serviço que dirige ter “estabelecido uma verdadeira parceria com todas as instituições”, e ainda Tiago Abalroado, presidente da UDIPSS Évora, que agradeceu a colaboração e a confiança no acolhimento da iniciativa, considerando ter sido “um orgulho e uma honra”, e lembrou que a viagem da tocha solidária foi, em si, “um reacender da chama da solidariedade nos corações de toda a gente por onde a Chama passou”.
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