A Socialis - Associação de Solidariedade Social da Maia passou a integrar uma nova valência: o CLAI - Centro Local de Apoio ao Imigrante.
O intuito é poder prestar toda a informação necessária àqueles que escolheram Portugal como país de acolhimento e que trazem uma série de dúvidas relativamente a uma realidade diferente. Dar a resposta eficaz, promovendo a plena integração é, portanto, o objectivo, assinala o Maia Hoje.
A presidente da Socialis, Maria Luís Costa, notou, na cerimónia protocolar, que a opção pela nova valência se ficou a dever a anteriores interpelações: “Temos sido solicitados por alguma comunidade imigrante, que na Maia é essencialmente brasileira e de países do leste, procurando-nos para obter apoio em diferentes áreas. Entendemos que para desenvolver algum trabalho teríamos que o fazer com rigor e, por isso, requeremos, em Janeiro, ao Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas a instalação do CLAI na nossa sede”.
Processo que agora foi concluído e que permite à Socialis estender o seu raio de acção à comunidade imigrante, nomeadamente com folhetos informativos em diferentes línguas (português, crioulo, inglês e russo), posto multimédia e Telefone SOS Imigrante, tudo coordenado pela mediadora Paula Machado, num serviço gratuito.
As questões mais frequentemente colocadas aos CLAI prendem-se com o enquadramento legal do país (vistos, autorizações de permanência e residência, por exemplo) e as áreas da educação, saúde, emprego, entre outras.
Paula Machado adiantou que o funcionamento do CLAI da Socialis terá uma componente mais alargada e frequente, nomeadamente na qualificação dos utentes; “De futuro estamos a pensar desenvolver algumas actividades com os imigrantes, como o ensino da língua portuguesa, cursos de informática, delegando-lhes importantes competências”.
A presidente da Socialis voltou a tocar na "tecla" da necessidade das novas instalações, que adensa com a valência agora abraçada; “O presidente da Câmara Municipal da Maia diz-me que está em negociações para ficarmos com o espaço onde funcionou a Junta Autónoma de Estradas, na Rua Eng.º Duarte Pacheco”. Bragança Fernandes acabaria por confirmar na cerimónia de inauguração que está empenhado no assunto.
“Imigração é um desafio e desígnio nacional”
O Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Padre António Vaz Pinto, presente na Socialis, além de elogiar a iniciativa, procurou rebater alguns mitos e preconceitos existentes relativamente aos imigrantes; “Durante muito tempo estivemos de olhos fechados, muito preocupados com os nossos emigrantes. No entanto, a realidade é diferente. A imigração não é um problema, mas um desafio e um desígnio nacional”.
Marcou ainda, com algum humor, que era dia de Santo António, o qual tinha sido um emigrante, nascido em Lisboa e que acabou os seus dias em Pádua.
O protocolo contou com a presença de alguns cônsules - Angola e São Tomé - vários autarcas maiatos - Bragança Fernandes, Luciano Gomes, Jorge Catarino, Miguel Ângelo Rodrigues e Rogério Rocha - e dirigentes de instituições da Maia.
Alguns números
Portugal tem 4,5 milhões de emigrantes espalhados pelo mundo. Está, por outro lado, longe de ser um dos países europeus com maior percentagem de imigrantes. São aproximadamente 500 mil, 5 por cento da população portuguesa, 10 por cento da activa.
Ao todo, existem aproximadamente 40 CLAI’s no país. O Centro Nacional, em Lisboa, tem uma média diária de 1000 procuras de informação por parte de imigrantes. De acordo com dados do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante - Porto, os utentes que procuraram os seus serviços, com residência no Concelho da Maia, distribuem-se da seguinte forma em termos de nacionalidade: Ucranianos - 45,8%; Brasileiros - 26%; Romenos - 4,8%; Russos - 4,3%; Chineses - 3,7%; Moldavos - 3,4% e Paquistaneses - 1,2%. 759
Data de introdução: 2005-07-08