Através da criação de uma plataforma web, que permita a gestão e partilha de dados, bem como o intercâmbio de informação entre as associadas das UDIPSS, a CNIS pretende promover a inovação e o empreendedorismo social, potenciando as boas práticas, promover o trabalho em rede, propagando análises, estudos e boas práticas, e ainda partilhar soluções inovadoras no âmbito da Economia Social que visem uma melhor gestão e sustentabilidade das IPSS.
Potenciar uma maior capacitação institucional da CNIS que permita melhorar a intervenção junto das suas associadas, desenvolvendo um trabalho mais qualificado e diferenciador, com um acompanhamento técnico e operacional de proximidade e de apoio contínuo às instituições é o objetivo global.
E mais do que um trabalho de melhoria, a capacitação da CNIS com este projeto vai desenvolver um trabalho em rede, de proximidade, de prevenção, de apoio e de desenvolvimento de soluções ajustadas às suas associadas que sejam facilitadoras de uma melhoria da eficiência e da eficácia da sua própria gestão.
Nesse sentido, as principais linhas de atuação passam pela criação de trabalho em rede a nível nacional, pela troca de experiências e divulgação de boas práticas e pelo intercâmbio de recursos.
«A promoção de uma rede de intercâmbio de informação e de partilha de boas práticas deve ser estruturante em termos de atividades a desenvolver no contexto da Economia Social, o que implica que o trabalho das instituições associadas da CNIS deva ter em conta as aprendizagens resultantes de experiências similares em outros contextos e por outras entidades. A rede pretende, nessa medida, aumentar a interação entre organizações da Economia Social, tendo em vista o aproveitamento local das ações bem-sucedidas em outras regiões ou entidades. A médio prazo, com a promoção desta ideia, a CNIS logrará um reforço da sua notoriedade e visibilidade, enquanto rede institucionalizada a nível nacional, já que o reflexo do seu trabalho ficará patente, não só para as instituições suas associadas, mas também para as outras entidades e organizações com as quais possa interagir na troca de experiências e divulgação de boas práticas», pode ler-se na memória descritiva da candidatura, na qual a importância da rede para as Uniões Distritais é igualmente destacado: «Também o papel das Uniões Distritais sairá reforçado perante as suas próprias associadas, na medida em que a interação gerada pela rede potenciará novas abordagens e um maior conhecimento, a nível nacional, do que as UDIPPS fazem em termos de Economia Social».
ATIVIDADES
Para concretizar os objetivos a que se propõem, o projeto da CNIS tem na base quatro atividades a desenvolver: Criação e funcionamento de um Gabinete de Apoio Técnico (agora denominado Departamento Técnico); promoção do desenvolvimento do trabalho em rede, a nível nacional e internacional, com recurso a tecnologia Web; criação de uma base de dados informática integrada para intervenientes da Economia Social («Social Care Easy»); e avaliação externa do projeto.
Apesar de ter sido criado em julho de 2015, o Departamento Técnico, para efeitos de execução da candidatura, apenas entrou em funções em janeiro de 2016, sendo que as três restantes atividades começaram a ser implementadas em novembro do corrente ano.
Relativamente à primeira iniciativa, o, agora denominado Departamento Técnico, tem por missão disseminar junto das IPSS associadas todas as informações relevantes para os processos de candidatura ao Portugal2020 aos quais aquelas possam concorrer e submeter candidaturas próprias; dar apoio técnico-jurídico às instituições associadas da CNIS, numa vertente preventiva e prospetiva; fornecer apoio sistemático às associadas na identificação de ações que aportem uma melhoria do seu desempenho e um aumento da eficácia da sua gestão; promover, de forma contínua ao longo do projeto, a investigação sobre temas relevantes no âmbito da Economia Social, com a consequente disponibilização de dossiês temáticos às associadas, designadamente estudos de impactes económico-sociais do Setor; promover um acompanhamento de proximidade, estabelecendo um maior elo de ligação entre instituições e disponibilizando conhecimento e instrumentos práticos para uma gestão de constrangimentos e oportunidades.
Entre outras ações desenvolvidas por todo o País, no âmbito das atribuições do Departamento Técnico já foi iniciado o estudo sobre a «Importância Económica e Social das IPSS em Portugal», a realizar pela Universidade Católica Portuguesa - Centro Regional do Porto, com o qual se pretende obter a caracterização socioeconómica dos utentes das IPSS e importância que para eles têm os serviços que as IPSS lhes prestam; a importância das IPSS para as respetivas economias locais, nas várias zonas do território nacional; a caracterização do trabalho voluntário mobilizado pelas IPSS e seu valor económico; e a análise comparada da realidade portuguesa do Setor Social e Solidário com a existente nos restantes países da União Europeia.
No que respeita ao «Social Care Easy», arrancará com um projeto piloto que abrange 52 IPSS para desenvolvimento de ferramenta de benchmarking para as organizações do Setor Solidário. O que se pretende é introduzir novos conceitos de avaliação, melhorar o conhecimento da própria organização, estabelecer objetivos viáveis e realistas e definir critérios de prioridade no planeamento, que favoreçam um melhor conhecimento do setor e aumentem a sua competitividade.
Esta atividade passa pela criação e teste da ferramenta web, recolha e compilação da informação nas 52 IPSS e inserção na base de dados e desenvolvimento, acompanhamento e avaliação do projeto piloto.
Já no que concerne à quarta atividade, avaliação externa do projeto, esta será efetuada através de inquéritos aplicados online ao universo de associadas diretamente envolvidas – 500 instituições, esperando-se que 75% destas considerem que a intervenção da CNIS melhorou com a implementação deste projeto. É fundamental as instituições serem sensibilizadas para o respetivo preenchimento, de modo a assegurar a existência de uma amostra representativa de inquéritos válidos.
Por outro lado, pretende-se reforçar a metodologia de avaliação com a utilização de outras fontes, sobretudo o «estudo de caso» e o sistema de informação do projeto. Por esta via quer-se aceder a informação que suporte um conhecimento mais estruturado do projeto e da dimensão dos resultados e metas definidas. Na metodologia do estudo de caso, propõe-se realizar um estudo que acionará as fontes: análise documental, entrevistas e observação de atividades.
No final, deverão ser redigidos dois relatórios relativos a cada uma das fases de recolha de informação, ambos dedicados à apresentação e análise crítica dessa mesma informação.
PLATAFORMA WEB
Quanto à implementação da atividade 2, a ROTASS, propriamente dita, os objetivos são bastante concretos e passam por promover o trabalho em rede, desenvolvendo e divulgando análises, estudos e boas práticas, promover a inovação e o empreendedorismo social, potenciando as boas práticas a nível nacional e internacional e, por fim, implementar soluções inovadoras no âmbito da Economia Social e Solidária que visem uma melhor gestão e sustentabilidade das IPSS.
Em concreto, a ROTASS servirá para promover reuniões de trabalho, com as Uniões Distritais, para discussão e esclarecimento de problemáticas emergentes da atividade das suas associadas no âmbito da Economia Social. Nesse sentido, serão realizadas sessões de partilha dos resultados alcançados para a disseminação de boas práticas a nível nacional. Está previsto o envolvimento direto, nesta primeira fase, de 187 associadas, ou seja, as instituições que integram os órgãos sociais das UDIPSS.
O sistema de informação com recurso a tecnologia web, isto é, a plataforma em concreto, terá como principais características: diferentes níveis de utilizadores e diferentes níveis de acesso a informação; divulgação de informação; veículo de capacitação; partilha de recursos; disponibilização e capitalização de informação jurídica; partilha e divulgação de boas práticas; facilitação da ação comercial das instituições; e fomento da interatividade.
A implementação da plataforma será feita em três fases distintas e terá como destinatários as Uniões Distritais e Federações (definir interlocutores) e as IPSS que constituem os órgãos sociais das Uniões Distritais e Federações (1ª fase), as associadas da CNIS (2ª fase) e, por fim, o público em geral (3ª fase).
Para a elaboração da plataforma web, a cargo da empresa Rhmais, tudo começará pela identificação e especificação dos requisitos funcionais e criação dos dados necessários que suportem esses requisitos, a que se seguirá o desenho e conceção da arquitetura do interface e o desenvolvimento e programação do interface.
Posteriormente, haverá um período de testes por utilizadores independentes da equipa de desenvolvimento, a correção dos defeitos identificados no período de testes e, então, a abertura da plataforma web.
No arranque deste processo, já ao longo do mês de dezembro, a equipa responsável pelo desenvolvimento da plataforma web vai reunir com as Uniões Distritais a fim de auscultar as suas necessidades e dificuldades.
Para já, a equipa da Rhmais considera que na estrutura base da plataforma existirão os seguintes menus: Informação - Notícias, incentivos, apoios, programas e parcerias, dados estatísticos, negócios sociais, avisos, candidaturas ao Portugal2020, informação jurídica e legislação, FAQ, disponibilização de documentação variada, etc.; Biblioteca Digital - Livros/e-books, documentos diversos, estudos, artigos de interesse, vídeos, ficheiros áudio, etc.; Boas práticas - Projectos variados e bons exemplos de respostas sociais ou angariação de fundos; Bolsa de bens e serviços - Módulo de facilitação de trocas entre IPSS e fornecedores, seja em sistema de leilão ou de reserva de bens e/ou serviços; Directório - De fornecedores, de colaboradores e de utentes (com ou sem informação familiar); Respostas Sociais - Módulo referente ao registo das respostas e atendimentos sociais dadas a cada momento, com base no preenchimento de formulários e preferencialmente organizadas por área sectorial; RSS – Os «feeds» são uma tecnologia de transmissão de conteúdos que permite disponibilizar informação de forma automática em formato aberto, para que possa ser embebida por outros sites; Fóruns de discussão - Organizados e divididos por temática ou com base em organização distrital; Banco de Ideias e de Necessidades - A implementar numa 2ª fase, pois trata-se de informação fornecida pelos utilizadores.
Para já, em paralelo ao trabalho desenvolvido pelo Departamento Técnico, será desenvolvida a plataforma web, que deverá contar com variados contributos das IPSS que integram o projeto ROTASS nesta fase de arranque.
O projeto foi recentemente apresentado em Fátima, num encontro que contou com diversos representantes das instituições que integram os órgãos sociais das Uniões Distritais e das Federações, com oi intuito de as envolver em todo o processo de desenvolvimento da ROTASS.
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