PADRE JOSÉ MAIA

Reduzir a pobreza

Das muitas conferências que se vão realizando um pouco por tudo quanto é sítio, a propósito dos “porquês” de tanta pobreza, ressalta sempre para a comunicação social esta já estafada receita: “precisamos de uma nova economia”!
Mas apetece perguntar: “que raio de economia é essa” de que todos falam mas ninguém aplica?

A economia que temos, a nível mundial, nuns países mais que noutros, gera riqueza que poderia reduzir a pobreza, se a riqueza criada fosse equitativamente distribuída!

Por mais que certas correntes de opinião e lideranças políticas, hoje muito em voga, pretendam querem provar, não são os milhões que se gastam com os pobres, através de políticas sociais, que desequilibram os lucros dos ricos (países e pessoas).

Porque será que tanta gente critica apoios sociais aos pobres e é tão complacente com biliões de milhões de milhões (tantos, que a gente nem sabe contar!) acumulados por um sistema financeiro que se tem apropriado da riqueza produzida, por quem trabalha e poupa, para a retirar do circuito legal da economia e das finanças, repartindo-a por “castas” que não sabem o que é trabalhar com o “suor do rosto” e o “desgaste da mente”?

A este respeito, permito-me transcrever algumas declarações do Papa Francisco proferidas num Encontro de 1.110 empresários que teve lugar, no Vaticano, no recente dia 4 de fevereiro, a propósito da ECONOMIA DE COMUNHÃO (que é uma “outra economia”):

Disse o Papa Francisco: “ …os 25 anos da história da Economia de Comunhão confirmam que a comunhão e as empresas podem crescer lado a lado. Comunhão é a multiplicação dos bens para todos. A economia de hoje precisa da alma dos empresários da fraternidade respeitosa e humilde. É preciso compartilhar mais os lucros para combater a idolatria do dinheiro “.

De salientar estas declarações de um dos muitos empresários “praticantes” desta economia de comunhão: “o lucro é relativizado…não é só dinheiro! Por regra, da componente financeira, um terço é para investir, outro para os pobres e outro para potenciar iniciativas sociais”.

Numa primeira leitura, isto parece “música celestial”! Porém, em Portugal existem 14 empresas ligas à Economia de Comunhão. No mundo são já 800 empresas.

Se à globalização dos lucros resultantes de mais receitas à custa e redução de custos (por via de tecnologias que substituem as pessoas) correspondesse igual globalização na forma de distribuir, em percentagens decentes, as amplas margens de lucros pelos milhões de pessoas que se vão sentindo “desempregadas” pelas máquinas/tecnologia… não teríamos um mundo mais justo? Precisamos mesmo de uma nova economia, mas de rosto humano! Esperemos que “novas gerações de economistas” a venham a construir !

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2017-02-08



















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