DESEMPREGO NO PORTO

Diocese preocupada

A situação social e laboral na área da diocese do Porto está a preocupar a Comissão Diocesana Justiça e Paz. “As nuvens negras pairam sobre esta região” – disse à Agência ECCLESIA Alberto Castro, professor da Faculdade de Economia e Gestão da UCP e presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz. A “baixa escolaridade” de muitos trabalhadores da região Norte é uma realidade, o que provoca um “agravamento da crise”. 

Neste debate, que contou com a presença de José Varejão, da Faculdade de Economia do Porto e representantes dos parceiros sociais (AEP, ANJE, CGTP e UGT), sublinhou-se que nesta região os “menos qualificados são remetidos para o desemprego” e “os mais qualificados a saírem da zona” porque não encontram emprego compatíveis. Uns são “vítimas do desemprego” enquanto “outros migram”. “Situações preocupantes” – referiu Alberto Castro. 

Em relação ao desemprego, a “maioria são mulheres e a média está substancialmente acima da média nacional” – alertou. E exemplifica: “Vários concelhos na diocese têm taxas de desemprego acima dos 10% e alguns casos a chegar aos 20%”. Ainda no âmbito daqueles a quem não foi proporcionada actividade laboral, Alberto Castro salienta os jovens que “procuram o primeiro emprego”. O desemprego de longa duração é outra das preocupações da Comissão Diocesana Justiça e Paz que irá tomar “uma posição pública sobre as questões sociais muito brevemente”.
A situação vivida naquela diocese “não é de optimismo” e a prazo “surgirá o problema da coesão social”. Se a dinâmica se mantiver, a região poderá “entrar num ciclo sem saída, vicioso e perverso” – mencionou aquele professor. Por outro lado podem aparecer as situações de “tensão social”. 

O debate com os parceiros sociais “foi muito assertivo”, as pessoas têm consciência da situação mas “empenhadas em encontrar uma solução na linha daquilo que é defendido na Doutrina Social da Igreja” – acentuou o nosso interlocutor. 
No diálogo referiu-se também a necessidade da Reforma da Administração Pública mas nalguns concelhos mais pequenos é preciso ter atenção que “o grande empregador é o Estado”. Reforma sim mas “não cega” – disse Alberto Castro. A situação do país é preocupante “mas estamos todos no mesmo barco”. Neste momento “estamos no mar alto e sem remos” por isso é necessário “conjugar esforços”.



 

Data de introdução: 2005-07-25



















editorial

IDENTIDADE E AUTONOMIA DAS IPSS

As IPSS constituem corpos intermédios na organização social, integram a economia social e são autónomas e independentes do Estado por determinação constitucional.

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Eleições Europeias são muito importantes
Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu foi escandaloso o nível de abstenção. O mesmo tem vindo a acontecer nos passados atos eleitorais europeus

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Habitação duradoura – a resposta que falta aos sem abrigo
As pessoas em situação de sem-abrigo na Europa, em 2023 serão cerca de 900 mil, segundo a estimativa da FEANTSA (Federação Europeia das Associações...