PLANO DE VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19

Residentes e trabalhadores em lares no primeiro grupo a ser vacinado

As vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas a partir de janeiro, sendo os grupos prioritários as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

A informação foi divulgada por Francisco Ramos, coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação, segundo o qual numa segunda fase a prioridade será para pessoas com mais de 65 anos sem patologias associadas, e pessoas com mais de 50 anos, mas com um leque mais alargado de patologias associadas, como a diabetes.

Na apresentação do plano, em Lisboa, o responsável estimou que sejam vacinadas 950 mil pessoas numa primeira fase, sendo 250 mil o grupo dos lares, 400 mil as pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades associadas e 300 mil profissionais.

Na segunda fase serão vacinadas 1,8 milhões de pessoas com mais de 65 anos e cerca de 900 mil com patologias associadas e mais de 50 anos.

Francisco Ramos especificou que as pessoas com mais 50 ou mais anos da primeira fase da vacina (universal, gratuita e facultativa) serão as que tenham associadas uma ou mais patologias como insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório.

Na segunda fase, além de todas as pessoas com 65 e mais anos, estão pessoas com 50 e mais anos com alguma das seguintes patologias associadas: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, e hipertensão arterial. A comissão recomenda que se podem incluir outras patologias, caso se considere necessário.

A terceira fase, disse o responsável, compreende o resto da população, desde que se confirme um ritmo de abastecimento das vacinas que o permita, porque caso contrário podem ser criados ainda outros grupos.

A primeira fase da vacinação contra a covid-19 será administrada nos pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados.

A vacina será também administrada aos profissionais de saúde e dos serviços essenciais no âmbito da medicina no trabalho.

Para a primeira fase do plano de vacinação, que deverá decorrer entre janeiro e março de 2021, os pontos de vacinação foram definidos tendo em consideração os grupos prioritários no acesso à vacina: as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

Por isso, a vacina será administrada nos cerca de 1.200 pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados e no âmbito da medicina do trabalho para os profissionais dos serviços essenciais.

"O Serviço Nacional de Saúde tem uma experiência de 40 anos na administração do programa nacional de vacinação e, portanto, a nossa recomendação é exatamente que nos baseemos nessa experiência", justificou Francisco Ramos, acrescentando que nos centros de saúde serão vacinados 400 mil das 950 mil pessoas prioritárias, isto é, aquelas com mais de 50 anos e comorbilidades associadas.

Entre as restantes, 250 mil pertencem ao grupo dos lares e 300 mil são profissionais - neste último caso serão responsáveis por administrar a vacina os respetivos serviços de medicina no trabalho. 

Para a segunda fase do plano de vacinação, em que os grupos prioritários serão alargados para incluir mais pessoas, a versão que foi hoje apresentada ainda não define os pontos para administrar a vacina, mas o coordenador da 'task-force' admite também aqui um alargamento da rede.

"Ainda não temos um plano concreto e detalhado, sabemos é que será precisa uma expansão da rede de pontos de vacinação, mas com critérios a definir conforme o calendário e ritmo de abastecimento de vacinas", explicou Francisco Ramos.

O plano de vacinação prevê ainda estudos de seguimento clínico, acompanhamento da resposta imunitária e estudos de efetividade, um trabalho que está a ser coordenado com o Infarmed, e a monitorização da vacinação, através do robustecimento do registo de vacinas eletrónico. 

"Temos que saber em cada momento quem é que foi vacinado e sobretudo temos de ter a certeza que quem toma uma primeira dose fica imediatamente com uma segunda dose marcada e a garantia que é exatamente a mesma vacina. Não é admissível qualquer falha", sublinhou o coordenador a propósito do trabalho de monitorização.

Será também criado um "sistema de chamada" para a marcação da vacinação, de modo a que os próprios serviços de saúde identifiquem as pessoas pertencentes aos grupos de risco prioritários, mas aquelas que, por falta de informação, não forem chamadas poderão aceder à vacina através de declaração médica.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.495.205 mortos resultantes de mais de 64,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 4.724 pessoas dos 307.618 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

 

Data de introdução: 2020-12-04



















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