A AF Porto, a CNIS e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) celebraram um protocolo de colaboração com o propósito de promover o «Walking Football» e o projeto «ABC da Bola».
Com este protocolo, as três entidades querem dinamizar a prática futebolística junto dos utentes das IPSS e Misericórdias do distrito do Porto, sendo que o projeto «ABC da Bola» é direcionado às ciranças que frequentam o Pré-escolar, ou seja, os petizes com idades entre os três e os cinco anos, enquanto o «Walking Football» (futebol que se joga a andar) tem como destinatários todos aqueles que têm mais de 50 anos de idade.
"Se quisermos ver uma criança feliz é dar-lhe uma bola. É importante que possamos dar bolas às nossas crianças, porque são muito atiradas para os computadores, para uma certa individualidade e para algum isolamento”, começou por dizer o padre Lino Maia, acrescentando: “Tudo o que seja promover as crianças a ver mais pessoas e a integrarem-se melhor será contribuir para a sua socialização".
Já sobre o «Walking Football», “os mais idosos e os utentes dos nossos lares e centros de dia terão algo que os levante das cadeiras e os faça movimentar-se”, sustentou o presidente da CNIS, que sublinhou ser esta “uma forma muito bonita de lazer, atividade e convívio”.
“Com esta iniciativa estamos no bom caminho para uma melhor coesão social. Estou muito confiante com esta iniciativa", rematou.
Também Manuel de Lemos, presidente da UMP, elogiou a iniciativa da Associação de Futebol do Porto (AFP) pelo desafio lançado e pelo protocolo assinado.
"A sociabilização das crianças e a atividade física dos idosos preocupa e, num país onde se liga tanto ao futebol, é motivo de alegria e faz todo o sentido que seja com a Associação de Futebol do Porto darmos início a este percurso que, já soube, será alargado ao país inteiro”, argumentou Manuel de Lemos, lembrando o que tem sido feito nas Santas Casas: “Nas Misericórdias andamos a tentar dar mais anos à vida e Portugal tem uma esperança de vida das maiores da Europa, mas falta dar vida aos anos e temos consciência de que os últimos anos de vida são penosos, por vezes. Não faz sentido, numa região do Mundo onde se cultiva a cidadania e a dignidade humana, que não sejam estimulados. Quanto mais ativos os nossos idosos, maior a capacidade de intervenção. Por isso, aderimos de imediato, porque queremos ajudar os portugueses a serem mais felizes".
Já o presidente da AF Porto, José Manuel Neves, revelou que a intenção do organismo passa por contrariar a tendência nacional de pouca prática desportiva.
"Num país que está na cauda da Europa, no que diz respeito à prática desportiva, queremos inverter esta tendência com o «Walking Football» e o «ABC da Bola». Queremos inverter a tendência para a solidão e o individualismo e ser mais solidários. Boa parte das nossas crianças são obesas, porque se acabaram os jogos de rua. No caso do «ABC da Bola», a bola é um instrumento para que as nossas crianças brinquem e deixem os telemóveis, os computadores e as tecnologias. Esta é uma situação que queremos inverter”, sublinhou, explicando a aposta no futebol que se joga a andar: “Sendo certo que a idade é um limite que colocamos na nossa cabeça, o «Walking Football» não tem limites de idades, nem de barreiras, e foi pensado para que todos tenham mais atividade, sejam mais saudáveis e usem menos medicação à custa do exercício físico”.
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