INICIATIVA DE ALUNOS DO INSTITUTO SUPERIOR MIGUEL TORGA

Pai Natal adere à blogosfera

Cartas ao Pai Natal disponíveis na web e nas montras das lojas de Coimbra

Cansado de abrir cartas, exasperado com os extravios e alguns atrasos, o Pai Natal aderiu à blogosfera.
Centenas de crianças de vários pontos do país responderam à chamada do simpático velhinho.
Para que todo o processo de entrega das prendas decorra com transparência, respeitando as normas comunitárias (com enfoque especial para a Directiva 307/2005/EU NATAL), os pedidos encontram-se disponíveis na web, no endereço
http://painatal2005.blogspot.com/ 
Cartas e desenhos digitalizados na web, com os originais expostos nas montras de dezenas de estabelecimentos comerciais da cidade de Coimbra.


Esta é uma iniciativa dos alunos da Licenciatura em Ciências da Informação ministrada pelo Instituto Superior Miguel Torga, de Coimbra (www.ismt.pt).
Os jovens estudantes deslocaram-se a várias escolas de Coimbra e de outras localidades do país (escolas da área da sua residência), lançando um repto aos mais petizes: escrevam uma cartinha ao Pai Natal. Não podendo garantir a entrega dos presentes, prometeram, pelo menos, mostrar as missivas ao mundo.
Como seria de esperar, a iniciativa foi muito bem acolhida pelas crianças, professores e pais.
Crianças houve que, mesmo não sabendo escrever, fizeram questão de participar com desenhos. O mesmo aconteceu com alguns meninos deficientes.

O blog Cartas ao Pai Natal constitui-se, assim, como uma montra dos desejos das nossas crianças. O Pai Natal que se desunhe, porque há pedidos impossíveis de satisfazer com uma requisição ao tradicional armazém ou grande superfície.
Há quem peça o fim das guerras, a eliminação da pobreza e “sobretudo que todos fossem amigos”.
“Se puder também quero uma coisa: era melhorar nos meus trabalhos e ser muito inteligente” – lemos numa das cartas. Outro pequenito quer muitos “very goods e alguns goods” a inglês.
Mais um pedido para ajudar a vencer a batalha da educação: “Queria que me desses uma máquina registadora para poder aprender a matemática porque eu não sou boa a matemática. Para mim a matemática é a disciplina mais difícil principalmente as contas”. 

Há quem troque as prendas pela reconciliação familiar:
“Eu gosto muito de ti. Eu acho que me portei bem. Mas se não quiseres dar nenhuma prenda, eu não me importo, mas caso queiras dar alguma prenda eu quero que a minha irmã e o meu pai sejam amigos. Eu sei que isso é quase impossível mas por favor tenta”.
“Eu desejo uma playstation2 e quero melhorar a relação com a minha madrasta” – é o pedido de uma menina.
Prevenindo futuro cansaço do velhinho das barbas, há quem opte por texto curto, pedindo uma só prenda. “Não te escrevo mais para não teres cartas muito grandes para não te cansares a ler”...
Se as boas práticas se mantiverem nas próximas décadas, vem aí uma geração bastante generosa: “Não te esqueças de dar prendas aos outros meninos do mundo inteiro” – avisa um dos autores das cartitas.
Um dos mini-redactores saúda o Pai Natal “pelo trabalho que tem todos os anos”, não se esquecendo de lhe desejar “uma boa viagem!”.
Sim que um acidente no percurso pode deixar muitos desejos por concretizar: “Vem devagarinho no teu trenó para chegares bem”, recomenda uma criança.
Outro quer evitar-lhe forte constipação: “Em Portugal há muito frio. Agasalha-te bem!”.

Quanto aos brinquedos, a gama é variadíssima, como se pode imaginar. Se alguns são parcos no pedir, a outros não lhes doeu a caneta, um saco cheio para uma só chaminé. E também houve quem tivesse notado o exagero: “Gostava que me desses uma máquina de fazer pastilhas elásticas, uma bicicleta, uma bola de futebol, um jogo, um leitor de MP3, e mais coisas. Como sei que o senhor não pode levar tudo porque também há mais crianças que querem, então só quero o leitor de MP3 e a máquina de fazer pastilhas elásticas”. 

Consciente da crise que, pelos vistos, também assola o Reino do Pai Natal, uma pequenita garante que a avó vai dar dinheiro ao velhinho para ele lhe poder comprar a Carlota ou a cadeirinha do Nenuco.
Se calhar com a pressa, ou revelando a pesada responsabilidade de escrever a personalidade tão ilustre, houve quem se tivesse ficado pelas apresentações, sem nenhum pedido registado:
“Eu passo o meu Natal com a minha família e como bacalhau. O Natal é no dia 25 de Dezembro e o meu irmão faz anos no dia 24 - o dia da consoada!”
Há mais, muitos outros trechos saborosos, deixando transparecer a inocência dos autores desta jornada epistolar.
Motivos de sobra para uma visita a http://painatal2005.blogspot.com/ 

 

Data de introdução: 2006-01-08



















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