Pelo menos 2.148 pessoas foram executadas, em 2005, no mundo. Só na China, o total de penas de morte aplicadas foi de 1770. Este país, o Irão, a Arábia Saudita e os Estados Unidos somam 94% do total de execuções. A Aministia Internacional, que divulga os números adverte que a realidade pode ser, no entanto, bem mais negra.
Cerca de 82% do total de execuções no ano passado foram registadas na China. Em todo o mundo, ascende a 2148 o número de penas de morte aplicadas, de acordo com dados revelados esta quinta-feira pela Amnistia Internacional (AI), advertindo que o número real pode ser «muito mais elevado».
Em 2005 registou-se uma «melhoria» em relação a 2004, ano em que se registaram 3.797 execuções em todo o mundo, segundo os dados sobre a pena de morte divulgados pela organização de direitos humanos. «É mais interessante se se tiver em conta a evolução nos últimos dois decénios. Em 1985, 44 países levaram a cabo execuções e em 2005 esse número foi de 22, o que implica uma diminuição de 50% do número de países que aplicaram a pena capital», afirmou o autor do relatório, Piers Bannister.
Todavia, o investigador da AI advertiu que o número de penas de morte aplicadas no ano passado «é apenas a ponta do iceberg», uma vez que muitos países mantêm «um grande secretismo» acerca do número de execuções que levaram a cabo.
Nos dados divulgados esta quinta-feira, a organização calcula, contudo, que o número real de execuções no gigante asiático, em 2005, poderá aproximar-se das 8 mil. A AI sublinha que os dados nacionais oficiais sobre a aplicação da pena de morte na China continuam a ser classificados como segredo de Estado.
Além da China, outros 21 países aplicaram penas de morte em 2005, como o Irão e Arábia Saudita, onde se registaram pelo menos 94 e 86 execuções, respectivamente, enquanto nos Estados Unidos foram executados 60 condenados, mais um do que no ano anterior.
Os restantes países onde se realizaram execuções em 2005 foram o Bangladesh, Bielorrússia, Indonésia, Iraque, Japão, Jordânia, Coreia do Norte, Kuwait, Líbia, Mongólia, Paquistão, Singapura, Somália, Taiwan, Uzbequistão, Vietname e Iémen, além da Autoridade Nacional Palestiniana.
A organização calcula que o número de pessoas condenadas à morte e que aguardam execução poderá oscilar entre as 19.474 e as 24.546. Estes números baseiam-se nas informações obtidas por grupos de direitos humanos e meios de comunicação social e nos números oficiais disponíveis.
Fonte: Visão Online
Data de introdução: 2006-04-20