Um total de 517 crianças estão actualmente institucionalizadas em várias ilhas Açores, distribuídas por 31 lares e centros de acolhimento temporário, disse hoje à agência
Lusa fonte a Segurança Social do arquipélago.
O abandono familiar e situações de violência, negligência, comportamentos de risco (pré-deliquência) e a ausência temporária de suporte familiar constituem os principais motivos que desencadearam a sua institucionalização, adiantou a mesma fonte da direcção regional da Solidariedade e Segurança Social.
Em 2005, os equipamentos sociais existentes na região acolhiam 527 utentes, referem os mesmos dados.
Na região, 18 instituições açorianas dedicam-se ao acolhimento de menores, dez dos quais na ilha de São Miguel, três na Terceira e uma em cada ilha de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial, que têm um capacidade total para receber 543 utentes.
De acordo com a direcção regional da Solidariedade e Segurança Social, existem 22 crianças na região em situação de adopção nos Açores, 15 na divisão de Acção Social de Ponta Delgada e sete na Horta.
Para a coordenadora técnica do Instituto de Apoio à Criança (IAC) dos Açores, a negligência, os maus tratos infantis e, particularmente, o absentismo escolar "continuam a ser preocupantes", nomeadamente em São Miguel, apesar de assegurar que se registou em 2005 um decréscimo nas denúncias através da linha telefónica SOS-Criança.
Ana Vieira revelou à Lusa que, em 2004, foram recebidas na linha cerca de uma centena de denúncias, enquanto que no ano seguinte foram registadas cerca de 60 novos casos. "Mas, não quer dizer que este tipo de problemáticas tenha diminuído, pois existem outras formas da comunidade denunciar", sustentou Ana Vieira.
A mesma responsável destacou que o IAC continua a desenvolver vários projectos de intervenção junto de menores e acompanhar, ao longo do ano, situações anteriores denunciadas pela linha SOS.
De acordo com Ana Vieira, as chamadas recebidas na linha SOS-Criança são maioritariamente da maior ilha açoriana, com denúncias que partem da "comunidade mais próxima" das vítimas, caso da própria família e professores.
Ana Vieira apontou, ainda, o absentismo escolar como um outro problema "muito grande", com particular destaque para São Miguel.
O IAC "tem conhecimento de centenas de casos", que é importante integrar ao nível da formação profissional, salientou Ana Vieira, que reconheceu que "as respostas são cada vez mais consistentes" neste campo.
Dados recentes revelados pelo Executivo açoriano, apontam que em 2005 foram acompanhados pelas comissões de protecção de crianças e jovens no arquipélago cerca de 2.780 menores.
O Dia Mundial da Criança é celebrado esta quinta-feira.
01.05.2006
Data de introdução: 2006-05-31