APAV recebeu no ano passado 347 queixas de idosos vítimas de violência física e psíquica

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) recebeu no ano passado 347 queixas de idosos vítimas de violência física e psíquica praticada pela família, número que nos últimos cinco anos atingiu 2.484 crimes.

"Estes números são um pálido reflexo da realidade", disse José Félix da Silva, da APAV, adiantando que "não reflectem o que realmente acontece", uma vez que muitos dos idosos "não denunciam a situação" por "medo, vergonha ou por falta de informação".

De acordo com a APAV, todos os dias milhares de idosos são vítimas de violência física, psíquica e financeira por parte dos familiares e das instituições que lhes prestam cuidados, situação "pouco reconhecida" e que "continua a ser um tabu".

Para alertar a sociedade para estes crimes a Rede Internacional de Prevenção contra as Pessoas Idosas, da qual a APAV faz parte, instituiu o dia 15 de Junho como o 1º dia anual de alerta sobre a violência contra as pessoas idosas.

Os dados da APAV revelam igualmente que no ano passado 282 mulheres foram vítimas de violência e 63 homens receberam maus-tratos.

Em 2005, a maioria dos idosos com mais de 65 anos foi sujeita a maus-tratos físicos (217) e psíquicos (225) praticados em casa pelos companheiros (128) ou pelos filhos (101).

Nos últimos cinco anos, a APAV recebeu 2.484 denúncias de maus-tratos contra pessoas idosas e foi em 2001 que se registaram mais queixas (477).

Estes dados são recolhidos em Lisboa e Porto, mas, segundo a APAV, esta realidade está presente também nas zonas rurais.

De acordo com a APAV, a prevenção e o combate à violência contra as pessoas idosas é um dos maiores desafios que se coloca às sociedades envelhecidas, como é o caso da portuguesa, exigindo "um esforço" por parte do Governo e das organizações não governamentais.

O 1º dia anual de alerta sobre a violência contra as pessoas idosas pretende ainda aumentar o conhecimento sobre a violência contra as pessoas idosas e colocar as pessoas em alerta para este problema.

14.06.2006

 

Data de introdução: 2006-06-14



















editorial

SUSTENTABILIDADE

Quando o XXIV Governo Constitucional dá os primeiros passos, o Sector Social Solidário, que coopera com o Estado, deve retomar alguns dossiers. Um deles e que, certamente, se destaca, é o das condições de sustentabilidade que constituem o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Agenda 2030 e as IPSS
Em Portugal é incomensurável a ação que as cerca de 5 mil Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) existentes, têm vindo a realizar.  As...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A gratuitidade das creches entre o reforço do setor social e a privatização liberal
 A gratuitidade das creches do sistema de cooperação e das amas do Instituto de Segurança Social, assumida pela Lei Nº 2/2022, de 3 de janeiro, abriu um capítulo novo...