SIDA

Um terço dos portugueses julga que vírus do VIH se transmite por beijos e nas casas de banho

Um estudo sobre a sida em Portugal demonstrou que um terço dos inquiridos julga que o vírus se transmite por beijos ou nas casas de banho e um quinto acha mesmo que pode infectar-se na comida e talheres. Realizado pela Marktest para a Coordenação Nacional para a Infecção VIH, o estudo foi feito a uma amostra constituída por 810 entrevistas a indivíduos de ambos os sexos, com 18 e mais anos. As conclusões do estudo revelam que a maioria dos portugueses conhece as formas de transmissão do VIH.

As relações sexuais desprotegidas foram identificadas por 97,5 por cento dos inquiridos como forma de transmissão do VIH, a partilha de seringas por 96 por cento, a partilha de objectos cortantes por 86,4 por cento e a transmissão vertical (de mãe para filho) por 82,2 por cento.

O VIH transmite-se apenas através de sangue, das secreções sexuais e da mãe infectada para o filho, mas uma percentagem significativa dos inquiridos julga que o vírus se transmite através de beijos (30,4 por cento), pelo uso de casas de banho (29,5 por cento), picada de insectos (29,5 por cento), tosse e espirros (22,7 por cento), comida e talheres (18,1 por cento) e 5,3 por cento disse que o aperto de mãe e abraço são fontes de contágio, enquanto 1,2 por cento afirmou desconhecer as formas de transmissão.

A esmagadora maioria dos inquiridos (90 por cento) assumiu que a sida é um problema de saúde pública no nosso país, sendo os com idades entre os 45 e os 64 anos os que mais o elegem desta forma. A sida preocupa "muito" 85 por cento dos inquiridos, sendo os entrevistados do sexo feminino e os residentes nos grandes centros urbanos (Lisboa e Porto) os que registam um valor médio de preocupação mais elevado.

Os inquiridos com idades entre os 45 e os 54 anos e das classes sócio-económicas mais altas demonstraram um valor médio de preocupação mais elevado. Questionados sobre quem deveria fazer o teste VIH, quase metade (47 por cento) disse que este deveria ser feito por toda a gente, enquanto 28 por cento considera que o teste deverá ser feito apenas pelos indivíduos que pertencem a "grupos de risco".

Pouco mais de um quarto (27 por cento) dos inquiridos já realizou o teste do VIH. Destes, 47 por cento fê-lo por iniciativa própria, 40,9 por prescrição do médico. Os homens realizaram mais o teste por iniciativa própria (57,8 por cento) do que as mulheres (35,8 por cento).

O estudo abordou ainda a notoriedade dos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH (CAD), os quais permitem o acesso voluntário, confidencial e gratuito ao teste do vírus e possibilitam a detecção precoce da infecção.

A maioria dos inquiridos (61 por cento) referiu conhecer ou já ter ouvido falar nos CAD, sendo as classes económicas mais elevadas e os inquiridos dos 35 aos 44 anos os grupos que registam maior nível de conhecimento destes centros.

30.09.2006

 

Data de introdução: 2006-09-30



















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