TRABALHO

Em todo o mundo, 300 milhões de jovens vivem abaixo do limiar de pobreza

Um em cada quatro jovens em todo o mundo, cerca de 300 milhões de pessoas, vive abaixo do limiar da pobreza, segundo um relatório da Organização Internacional de Trabalho. O número de jovens entre 15 e 24 anos que estão desempregados aumentou de 74 milhões, em 1995, para 85 milhões, no ano passado, o que representa um crescimento de 14,8 por cento.

Segundo a OIT, as taxas de desemprego nos jovens são apenas a ponta do iceberg dos problemas que os jovens enfrentam no mercado laboral e não oferecem uma imagem completa dos desafios por enfrentar.

A população juvenil cresceu 13,2 por cento entre 1995 e 2005, enquanto a disponibilidade de empregos para este segmento da população só registou um crescimento de 3,8 por cento. Como consequência, os jovens desempregados representam 44 por cento do total de desempregados no mundo.

A OIT estima que serão necessários 400 milhões de empregos produtivos, ou seja mais e melhor emprego, para aproveitar o potencial da juventude actual. "A incapacidade das economias para criar empregos produtivos está a atingir os jovens em todo o mundo", disse o director-geral da OIT, Juan Somavia.

Segundo Juan Somavia, além de gerar um défice de oportunidades de trabalho e altos níveis de incerteza económica, esta preocupante tendência ameaça acabar com as perspectivas económicas de um dos principais recursos, os jovens. "Neste momento, estamos a desperdiçar em potencial económico uma grande parte da população, em especial nos países em desenvolvimento, que são os que menos podem permitir isso. Por isso, os países devem concentrar-se nos jovens", disse.

As regiões do Médio Oriente e do Norte de África registam a taxa mais elevada de desemprego juvenil (25,7 por cento), quase o dobro do valor encontrado na União Europeia que se situa nos 13,1 por cento.

O relatório revela ainda que mesmo no caso em que existe emprego isso não representa uma garantia de sustentabilidade económica para os jovens. A pobreza, adianta a OIT, persiste em cerca de 56 por cento dos jovens trabalhadores, que se confrontam também com a possibilidade de ter largas jornadas de trabalho, contratos a termo certo, salários baixos, protecção social reduzida ou inexistente.

O documento regista também "um preocupante" aumento no número de jovens que não trabalha nem estuda. Na verdade, o acesso à educação continua a ser um problema para muitos jovens e o analfabetismo ainda é um desafio importante em muitos países em desenvolvimento.

O relatório mostra também que os desafios são maiores para as mulheres, já que nalgumas regiões, devido a tradições culturais, existe a falta de oportunidade para que a mulher possa combinar o trabalho doméstico com os mercados laborais.

31.10.2006

 

Data de introdução: 2006-10-31



















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