A Organização Mundial de Saúde chama-lhe a epidemia do século XXI. E, dentro da epidemia, Portugal assume um papel de destaque - é o segundo país da União Europeia com mais crianças obesas.
Para combater a doença da alimentação em excesso e dos estilos de vida pouco saudáveis já há uma programa nacional desde 2005. Mas, ainda este ano, o programa vai ser reforçado e dar origem a uma Plataforma de Luta Contra a Obesidade, que inclui metas a atingir nos próximos quatro anos.
Elaborado pela Direcção-Geral da Saúde, este documento está já no gabinete do ministro Correia de Campos. Trata-se de um plano estratégico que inclui medidas de prevenção e tratamento - da alimentação ao exercício físico, passando pelos medicamentos e terapias para controlar o excesso de peso e a obesidade. E junta também um projecto inovador no País: um Observatório da obesidade infantil, que deverá ser lançado no segundo semestre deste ano que tem como principal missão acompanhar a evolução da doença, contar os casos e medir o seu crescimento. Este projecto de monitorização, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, permitirá perceber os progressos e insucessos nas acções que serão desenvolvidas.
A Plataforma inclui planos para lá da saúde. Um das vertentes passará pela integração de conteúdos sobre estilos de vida saudáveis nos programas escolares. Mas também a ideia é "mobilizar" vários intervenientes - a indústria alimentar, o comércio, as unidades de saúde e a restauração. Planos que serão sempre a longo prazo. "Sabemos que o tratamento da obesidade é difícil e complexo e não há soluções milagrosas. Por isso temos de evitar que as pessoas cheguem aí através da prevenção", alertou do director-geral da Saúde, Francisco George, quando há umas semanas anunciou este projecto.
FONTE:
Diário de Notícias
Data de introdução: 2007-04-16