Dos 124 docentes que ligaram para a Linha SOSProfessor desde o arranque do ano lectivo, 23 apresentaram queixa junto da PSP ou da GNR, o que representa 18,5 por cento. De acordo com a Associação Nacional de Professores, que promove a iniciativa, apenas um docente (0,8 por cento) apresentou queixa junto das autoridades como primeira diligência, enquanto 19 (15,3 por cento) tomou essa opção em segundo lugar. Para os restantes três professores, a apresentação de queixa surgiu como terceira diligência.
"Recorrendo à análise de conteúdo das fichas de atendimento e de acompanhamento, pode-se afirmar que existe um receio de represálias por parte dos intervenientes envolvidos, bem como por vergonha e receio da exposição e descrédito profissional", conclui a ANP, no relatório.
Para a maioria dos docentes (62,9 por cento), a primeira opção foi falar com um órgão da direcção do estabelecimento de ensino ou com o director de turma, seguido de uma chamada para a Linha SOS Professor (12,9 por cento) e de uma conversa com o outro interveniente (11,3 por cento). Nove docentes (7,3 por cento) não fizeram nada em relação ao episódio relatado.
Como segunda diligência, a opção na maioria dos relatos foi ligar para a linha (41,1 por cento), seguida de uma queixa na GNR ou PSP (15,3) e de uma conversa com outro docente ou familiares (13,7).
O Procurador-Geral da República apelou aos conselhos executivos das escolas e aos docentes para que denunciem todos os casos de agressões praticadas dentro dos estabelecimentos de ensino, actos que configuram crime público.
Os órgãos directivos das escolas e os docentes "têm de ter coragem, obrigação e dever cívico para participarem" os caos de violência, afirmou Pinto Monteiro, no final de um encontro com o Presidente da República, Cavaco Silva.
A SOSProfessor é uma linha confidencial (808.96.2006), promovida em parceira com a Universidade Lusófona do Porto e a Liberty Seguros, conta com um serviço de mensagens, estando ainda disponível em endereço de e-mail (sosprofessor@anprofessores.pt) para os docentes exporem os seus casos.
04.04.2008
Data de introdução: 2008-04-04