CARTA ÀS INSTITUIÇÕES - OUTUBRO DE 2008

SENHOR (ª) PRESIDENTE


“Quando a realidade se impõe como uma evidência, não há forma de a contornar”.
Quem o afirmou foi Cavaco Silva e a crise no sector financeiro, neste Outono “destapada”, aí está para o confirmar.
Mais: nem sempre colhe quem houvera semeado.
E com as chocantes disparidades de rendimentos que se acentuaram ao abrigo de uma suprema “lei do mercado”, por aí emergem novas formas de pobreza e de exclusão.
Um desafio para rasgar novas frentes de solidariedade…


1. A EDUCAÇÃO NO SECTOR SOLIDÁRIO

No dia 18 de Outubro, Sábado, no Hotel Cinquentenário, em Fátima, com início às 9:45 e encerramento pelas 16:45, sob o tema “A Educação no Sector Solidário os Projectos Educativos a partir da Creche”, decorrerá mais um Seminário promovido pelo Centro de Estudos Sociais da CNIS.
De grande actualidade e futuro, é uma iniciativa dirigida a dirigentes e educadores das IPSS associadas.
Não deixe de comparecer ou de promover a participação de alguém da sua Instituição, particularmente se nela a infância tem devotamento e espaço.
A acompanhar esta Carta, receberá mais informações sobre o seminário.


2. CONTAS DE EXPLORAÇÃO PREVISIONAL E PLANOS DE ACÇÃO PARA 2009

Aproxima-se o mês de apresentação das Contas de Exploração Previsional e dos Planos de Acção para 2009. Para que tudo decorra com normalidade, não se esqueça de ter aqueles documentos elaborados em Outubro, de os submeter ao parecer do respectivo Conselho Fiscal e marcar a necessária assembleia-geral (em Novembro, quando a isso os respectivos estatutos obrigarem), para discussão e aprovação.
Depois da aprovação, remeta cópia dos documentos para o respectivo Centro Distrital da Segurança Social.

3. DIAS CELEBRATIVOS

Os dias comemorativos sucedem-se: “Dia Internacional da Erradicação da Pobreza” (17 de Outubro), “Dia Mundial das Missões” (21 de Outubro), “Dia Europeu da Justiça” (25 de Outubro), “Dia Internacional da Tolerância” (16 de Novembro), “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres” (24 de Novembro) …
Não deixe de promover iniciativas de sensibilização e celebração…

4. FESTA DA SOLIDARIEDADE

Precedida com oito dias de marcha da Chama da Solidariedade, a segunda Festa da Solidariedade, em Barcelos, foi uma belíssima demonstração de vitalidade e de comunhão das IPSS.
Foram milhares de participantes na Festa e muitos mais ao longo da marcha da “Chama”.
Com muita dedicação e muita competência, Eleutério Alves e João Carlos Dias lideraram equipas dinâmicas que tiveram engenho e arte para envolver autoridades, bispos, câmaras, centros distritais, dirigentes voluntários, governos civis, juntas de freguesia, paróquias, utentes… E povo, muito povo.
As Uniões – e destaque para Lisboa, Santarém, Leiria, Porto e Braga – foram inexcedíveis no seu muito meritório envolvimento.
A Câmara de Barcelos merece um “imenso” obrigado.
Um obrigado também – e muito sentido - para o Senhor Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social e para os senhores secretários de Estado da Segurança Social e do Emprego e Formação Profissional que marcaram presença na Festa e viram com seus olhos a “entronização” solene da Chama da Solidariedade.

Para o ano será bom que haja mais…

5. JORNADA MUNDIAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA

Diariamente, morrem 50 mil pessoas na extrema pobreza. A desigualdade entre os ricos e pobres não pára de aumentar.
Respondendo ao apelo do Padre Joseph Wresinski, no dia 17 de Outubro de 1987, cem mil pessoas reuniram-se no Adro das Liberdades e dos Direitos Humanos no Trocadéro, em Paris, para render homenagem às vítimas da fome, da violência e da ignorância e para afirmar a recusa da miséria apelando à humanidade para a união no sentido de fazer respeitar os Direitos Humanos.
Muitas acções decorrerão neste dia ao longo do mundo inteiro com o intuito de mobilizar a opinião pública na luta contra a pobreza e a fome.
Espera-se que seja um grande momento de mobilização a nível internacional e nacional. Nas IPSS também!
Quando se antevêem dias bastante difíceis por feitos colaterais da actual crise mundial, dos dirigentes solidários espera-se uma audível e inconfundível renovação do compromisso cívico pela opção preferencial pelos mais fracos, pelos mais pobres e pelos mais sós …
Neste ano, a luta tem um alvo: é contra a pobreza, com o aprofundamento da cooperação (nomeadamente em vias de autonomia, em formas expeditas de minorar os efeitos da crise e no alargamento da resposta de creche), da formação, qualidade e transparência e da opção preferencial por aqueles que são a razão de ser do sector solidário.


6. PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O Senhor Presidente da República recebeu a CNIS.
Foi a segunda vez neste mandato.
O Senhor Presidente começou por querer saber como tinha decorrido a Festa da Solidariedade e o percurso da Chama da Solidariedade, aproveitando a oportunidade para manifestar o seu apreço pelas iniciativas.
Seguidamente, quis que a CNIS apresentasse a sua leitura sobre a actual situação social do país e como as IPSS a enfrentam ou como com ela sofrem. Salientou o seu vivo apreço pela actividade e expressão das Instituições de Solidariedade, fazendo notar que são uma visível manifestação de actividade cívica e solidária que em muito contribuem para minorar as dificuldades que muitos portugueses enfrentam e para proporcionar-lhes uma melhor qualidade de vida e a possibilidade de um mais completo desenvolvimento pessoal e comunitário.
Partilhou algumas ideias sobre políticas sociais, fazendo concluir pela existência de uma muito grande convergência de pontos de vista com a CNIS, nomeadamente na sua concepção de Estado, central e local, e nas respectivas competências. Aproveitou a oportunidade para interrogar a CNIS sobre o desenvolvimento do diálogo com o Governo, salientando a importância do aprofundamento desse mesmo diálogo para um maior reconhecimento da importância das IPSS.

Com os melhores cumprimentos


Porto, 7 de Outubro de 2008


O presidente da CNIS

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(Lino Maia, padre)

 

Data de introdução: 2008-10-07



















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