50.º aniversário do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza

O mês de Outubro é especialmente fértil em eventos de índole social.
Com efeito, desde o dia 1 que é o Dia do Idoso, passando pelo dia 7 em que celebrar o Dia Internacional do Habitat e culminando no dia 17, data evocativa do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, o mês de Outubro parece vocacionado para a valorização de problemáticas sociais.

Para quem, como as IPSS, faz das CAUSA SOCIAIS a sua razão de ser e de actuar, estas datas evocativas não podem deixar, por um lado, de ser celebradas e, por outro, de constituir uma forte interpelação à consciência social de pessoas, instituições e governantes que, confrontados com as estatísticas que sistematicamente nos são colocadas diante dos olhos na forma de um doloroso clamor, devem pedir mais atenção a quem vive em solidão, pobreza e exclusão social.

Não deixa de ser simbólico o facto de, na origem do Dia da Erradicação da Pobreza, ter estado um sacerdote polaco que, ao deambular pelos subúrbios de Paris, foi reparando nas indignas condições de vida de tanta gente que, num gesto profético, pôs mãos à obra e tomou um conjunto de iniciativas que vieram a inspirar a posterior consagração do dia 17 de Outubro como um dia especial dedicado à Causa da Erradicação da Pobreza.

Neste ano de 2008, completam-se também 50 anos sobre a famosa carta de D. António Ferreira Gomes a Salazar, questionando-o sobre a forma como estava a ser tratada a liberdade, a justiça social e a dignidade humana dos seus concidadãos. Tal carta valeu-lhe a deportação, mas o seu acto de coragem recordá-lo-á sempre como um homem sem medo e um testemunho profético para uma Igreja que deve aprender a dizer sim e não, conforme as situações, sem se refugiar nas meias tintas de uma diplomacia que não sirva os preceitos evangélicos.

Recordamos também em 2008 os 120 anos do nascimento do Padre Américo, um homem que, com a sua frase, “se cada paróquia cuidar dos seus pobres, não haverá pobres em Portugal”, há muitos anos foi percursor de uma intervenção social a nível local, de proximidade e vizinhança.

No dia 17 de Outubro, dia da Pobreza, se alguém quiser aparecer no Auditório da Universidade Lusíada, no Porto, para participar numa Jornada de Reflexão Social orientada pelo Dr. Silva Peneda e pelo Dr. Guilherme Oliveira Martins, jornada em que se fará um aprofundado debate sobre novas respostas sociais para o nosso tempo, será muito bem recebido e dará certamente como bem gasto um dia que irá abordar questões da maior actualidade social.

 

Data de introdução: 2008-10-14



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE

As questões da sexualidade e das relações de intimidade das pessoas mais velhas nas instituições são complexas, multidimensionais e apresentam desafios para os utentes, para as instituições, para os trabalhadores e para as...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Orçamento Geral do Estado – Alguns pressupostos morais
Na agenda política do nosso país, nas últimas semanas, para além dos problemas com acesso a cuidados urgentes de saúde, muito se tem falado da elaboração do...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

O estatuto de cuidador informal necessita de ser revisto
Os cuidadores informais com estatuto reconhecido eram menos de 15 000 em julho, segundo os dados do Instituto de Segurança Social[1]. Destes, 61% eram considerados cuidadores principais e apenas 58%...