Apesar de se mostrar empenhada em continuar com a campanha, a jovem lamenta apenas a falta de tempo e a pouca divulgação por parte dos poderes locais
Ultrapassado o objectivo das dez toneladas, Joana Pontes, da Gafanha da Nazaré, propõe-se a um novo recorde de tampas: 20 toneladas.
Grande parte do dia de ontem foi passada a carregar as 5,6 toneladas de tampinhas angariadas pela jovem desde Julho do ano passado (altura da segunda campanha). Encarregues pela recolha e transporte das tampas esteve um camião e vários funcionários da Câmara de Ílhavo. O dinheiro que resultar da venda destas tampas a uma empresa de reciclagem voltará a reverter em cadeiras de rodas, que serão oferecidas a instituições locais que mais precisem delas.
Tendo em conta que cada tonelada de tampas equivale a uma cadeira de rodas, serão cinco as que serão doadas (pela Aro Ortopedia). Desta vez, as instituições contempladas serão o CASCI, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo e o Banco de Ajudas Técnicas de Ílhavo.
O objectivo, explica Joana, é consciencializar as pessoas para a importância de ajudar: “Se virmos os outros a fazer, sentimos que será certo fazermos também”.
“Quando queremos, alcançamos”
Empenhada em prosseguir com esta campanha, Joana Pontes lamenta a falta de tempo. “Estou envolvida em muitos projectos em simultâneo; além deste, faço voluntariado numa empresa de acções sociais e estou a desenvolver o meu trabalho de fim de curso”, um estudo feito no concelho de Ílhavo sobre actividades na área de desenvolvimento do capital social. O projecto visa, segundo explica, “envolver a comunidade na prática da cidadania, um papel que não deve ser desempenhado apenas pelas autarquias”.
Além disso, a jovem afirma: “já não sou estudante; já estou a procurar emprego e a minha disponibilidade de tempo é outra; mas, quando queremos, alcançamos, tem é que ser com mais trabalho e a abdicar de tempos de lazer”.
Joana Pontes, agora com 24 anos, aderiu a esta campanha há dois anos atrás, tendo desde sempre contado com o apoio incondicional dos pais. Começou por recolher tampinhas por toda a cidade da Gafanha da Nazaré, mas depressa a iniciativa acabou por envolver empresas e particulares de toda a região.
Neste momento, encontra-se a terminar a licenciatura em Serviço Social, em Gaia, e representa um dos 12 pontos de entrega na zona de Aveiro, que remetem as tampas para o aterro sanitário de Lustosa, no concelho de Lousada.
FONTE: DIÁRIO DE AVEIRO
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