Aprender a ser um consumidor responsável devia fazer parte do currículo dos alunos, defendeu hoje Luciana Almeida, da Rede Nacional de Consumo Responsável, lembrando que os portugueses continuam a agir de forma compulsiva sem noção dos impactos dos seus actos.
Em declarações à agência Lusa, à margem do seminário nacional "Para a Promoção do Consumo Responsável", que hoje decorre na Fundação Gulbenkian, Luciana Almeida falou sobre a situação em Portugal.
"Não há informação ao consumidor, que continua a agir de forma compulsiva sem reflectir sobre os impactos dos seus actos: levanta-se de manhã e consome água e electricidade sem reflectir sobre esses gestos", explicou.
Luciana Almeida lamentou a falta de sensibilização da população e defendeu que "devia haver uma integração destas temáticas (no currículo dos alunos), o que devia ser uma prioridade do Ministério da Educação". "No âmbito da educação para a cidadania devia-se estudar questões como o consumo responsável", disse.
Falar de consumo responsável é falar no respeito pelo meio ambiente e pelos direitos humanos, muitas vezes esquecidos pela sociedade actual. Ser um consumidor responsável é recusar a exploração desenfreada dos recursos naturais, os aumentos dos resíduos e poluentes, o aumento do consumo energético. O aumento da pobreza extrema, as assimetrias entre Norte/Sul e a profunda desigualdade de género são outras das realidades que o consumo responsável tenta contrariar.
Por isso, além de sensibilizar e informar a população, a RNCR defende que é preciso formar as novas gerações para que alterem os seus padrões de consumo. Luciana Almeida acredita que as empresas já estão sensibilizadas para o tema e garante que "têm reconhecido a importância da sustentabilidade" social e ambiental. Felizmente, conclui a coordenadora da RNCR, "o consumo responsável está na moda".
Fonte: Público
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