ASSOCIAÇÃO AJUDA E COLO, ARGONCILHE

Uma ajuda que nasce da bondade de todos

Nasceu de um projecto de três amigos que resolveram actuar na comunidade em que estavam inseridos, Argoncilhe, no concelho de Santa Maria da Feira. A ideia é tentar minimizar o sofrimento e as necessidades de quem os procura de forma mais rápida e menos burocrática que os departamentos estatais afectos a essas situações. A associação de solidariedade Ajuda e Colo tem como principal objectivo ajudar famílias carenciadas com alimentos básicos, calçado e roupa.

Rosa Castro é fundadora e presidente da Ajuda e Colo que nasceu em Abril de 2005 para dar resposta “essencialmente a situações de carência alimentar”, explica. “Já nessa altura e apesar de não se falar tanto de crise, havia várias pessoas que tinham dificuldade em assegurar a alimentação básica para si e para a sua família e nós quisemos ajudar”. Actualmente apoiam 82 famílias com um cabaz mensal de alimentos que inclui arroz, massa, açúcar, leite, bolachas, feijão e produtos enlatados. Para além destes produtos básicos também entregam os excedentes das empresas que lhos doam, como, por exemplo, iogurtes, pão e bolos. “O Banco Alimentar é uma das instituições que nos dá grande apoio, mas não é suficiente e temos que encontrar formas de arranjar mais meios”, diz a presidente. Para além do cabaz com alimentos, a associação também oferece material escolar e brinquedos às crianças e nas situações mais complicadas ajuda na compra de medicamentos.

Outra das áreas de intervenção da Ajuda e Colo diz respeito à compra de equipamentos para pessoas com deficiência, através de campanhas de angariação de fundos promovidas caso a caso. “Uma das campanhas que me marcou foi realizada em benefício de um menino com paralisia cerebral para que ele pudesse comprar uma cadeira-de-rodas eléctrica e assim ir à escola”, lembra Rosa Castro.
A associação elaborou um regulamento de admissão das famílias que analisa individualmente cada caso e avalia a necessidade de ajuda. “Nós não vamos para a rua ajudar as pessoas, elas é que vêm e cá e, ultimamente, com o aumento do desemprego a procura tem sido mais frequente”, refere a responsável.
Mas a associação vive exclusivamente de doações, sem qualquer subsídio estatal. Já pediu ao Instituto de Segurança Social o estatuto de IPSS, mas até agora não lhe foi reconhecido. “Apenas dependemos da bondade de terceiros e, por isso, em muitas situações, não conseguimos dar uma resposta rápida como as pessoas esperam e como nós gostaríamos”, explica a presidente. A associação funciona num espaço alugado e pelo qual paga uma renda mensal de 450 euros. Para além disso, têm que fazer face às despesas de água, luz e telefone e de uma carrinha que ainda estão a pagar a prestações. Tudo somado e em contas redondas são perto de três mil euros mensais a cobrir e que para os quais, muitas vezes, não têm dinheiro. “Fazemos tômbolas, desfiles de moda, torneios de futebol, tentamos diversificar ao máximo as iniciativas, porque sem qualquer apoio estatal é um bocadinho complicado”. Privilegiam também o contacto telefónico para pedidos de fundos, que não precisam de ser exclusivamente em dinheiro. “Pedimos ajuda tanto a nível monetário como de produtos. Temos lojas que não podem ajudar monetariamente, mas que nos dão produtos, por exemplo, confecções que nos entregam roupas com pequenos defeitos, uma fábrica de calçado que nos doa os excedentes. Nós aceitamos todo o tipo de ajuda”.

Mas ultimamente ainda tem sido mais complicado fazer face às despesas e a associação decidiu organizar uma caminhada a pé entre Espinho e Granja, marcada para 25 de Outubro. A ideia não é nova, pois no ano passado uma conhecida empresa de calçado promoveu uma caminhada a pé em prol da associação. “Foi um convívio muito giro e participado e este ano resolvemos organiza-la nós. Estamos a apelar às pessoas que se inscrevam e que participem, porque é uma forma engraçada de nos puderem ajudar”, apela Rosa Castro.
O sonho da equipa é ter uma sede própria, já a pensar em novas valências sociais. “Encontramo-nos limitados, porque o espaço que dispomos não permite criar mais nenhuma valência”, explica a responsável e adianta que já encetou conversações com a respectiva Câmara Municipal para a doação de um terreno. “Sabemos que há empresas da área da construção civil e de materiais que dão produtos e até mão-de-obra. Temos consciência que se arranjássemos um terrenos seria muito mais fácil ir construindo uma nova sede”. A ideia é criar valências infantis, mas para já o objectivo é manterem a ajuda que têm dado às famílias, apesar das crescentes dificuldades económicas.

Texto e Fotos: Milene Câmara

 

Data de introdução: 2009-10-09



















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