PORTO

Apoio sem internamento a doentes de Alzheimer

Ainda não é para todos o Centro de Dia para doentes de Alzheimer S. João de Deus, já inaugurado. A funcionar numa ala do Hospital do Conde de Ferreira, a estrutura da Misericórdia do Porto ainda não está coberta pela Segurança Social. Mais uma etapa de renovação do Centro Hospitalar Conde de Ferreira, inaugurado há 127 anos e permanecendo no imaginário portuense como paradigma de manicómio à moda antiga.

Já o não é, evidentemente, e o centro de dia agora posto a funcionar pela Santa Casa da Misericórdia do Porto é disso claro sintoma: uma estrutura moderna e inédita, como o havia sido o próprio hospital na altura da fundação, rompendo com um paradigma de tratamento da doença mental ainda mais tenebroso do que o que aquelas vetustas paredes hoje sugerem.

O novo centro de dia, estrutura pioneira na cidade e no país, tem agora placa descerrada pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, custou 500 mil eruros. Um quarto do investimento total já feito na renovação do hospital, que passa também por uma unidade de cuidados continuados para quatro dezenas de pessoas com doença mental.

"Não podemos estar todos apenas à espera que o Estado nos aponte soluções", foi dizendo o secretário de Estado, para vincar que "a Santa Casa da Misericórdia dá um sinal ao Porto, à região e ao país do que é a capacidade de empreender". Na linha do que antes declarara o provedor da instituição, António Tavares: "Procuramos funcionar como alternativa em áreas que estão menos cobertas pelo Estado".

Já em funcionamento há algum tempo, embora um entrave burocrático relacionado com a capacidade do refeitório o tenha mantido encerrado já depois de concluído, o centro de dia tem capacidade para 30 pessoas, que receberão acompanhamento especializado e terapêutico sem necessidade de serem retiradas dos respectivos ambientes familiares.

A cooperação entre o Estado e a Santa Casa da Misericórdia do Porto passará, também, pela possibilidade, já conhecida, de instalar o Centro de Emergência Médica do Norte no enorme terreno que permanece livre nas traseiras do hospital, junto à confluência da VCI com a A3.

Congregar ali estruturas que estão dispersas em vários locais do Grande Porto é a meta. A urgência será maior quando, avançando a construção do Centro Hospitalar Gaia/Espinho, o INEM tiver de deixar o espaço que ocupa em Vila Nova de Gaia.

Fonte: Jornal de Notícias

 



 

Data de introdução: 2010-11-04



















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