A Polícia Judiciária desmantelou uma rede que negociava eletrodomésticos e terá lesado o Estado em dez milhões de euros, revelou aquela polícia, anunciando que os cerca de 43 mil eletrodomésticos apreendidos serão entregues a instituiçöes de solidariedade, através da Confederaçäo Nacional das Instituições de Solidariedade Social. De acordo com um comunicado divulgado pela PJ, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção iniciou em 2010 a "Operação linha branca", destinada a investigar uma rede que importava eletrodomésticos para vender em Portugal.
Os negociantes liquidavam o IVA que deveria ser entregue ao Estado, mas que nunca entregaram: a rede fazia "constar falsamente da sua contabilidade faturas de empresas do grupo, respeitantes à aquisição de mercadoria e a valores de IVA que, efectivamente, não suportaram (por forma a absorver o valor do IVA liquidado aos seus clientes nacionais - fraude na aquisição)".
Depois de 31 buscas, que envolveram 100 investigadores, a investigação terminou com a detenção de cinco pessoas, por suspeita da prática dos crimes de fraude fiscal qualificada, associação criminosa e branqueamento. Segundo a PJ, a rede organizada, com carácter transnacional, emitiu facturação falsa, "utilizando empresas de fachada e testas de ferro". "Em três anos, lesaram o Estado Português em mais de dez milhões de euros", acrescenta.
Durante a operação, foram apreendidos cerca de quarenta e três mil eletrodomésticos, desde cinescópios a máquinas de lavar loiça e roupa, de aparelhos de ar condicionado a termos, fritadeiras, máquinas de café, aspiradores, irradiadores eléctricos, máquinas de barbear, picadoras, torradeiras, termos INOX e varinhas mágicas, frigoríficos e arcas frigoríficas, fogões e micro-ondas, fornos a gás, secadores de cabelo, serviços de jantar e leitores/gravadores de CD e DVD. No total, os eletrodomésticos estäo avaliados em mais de um milhão de euros.
"Atento à prova recolhida e, entretanto, carreada para o inquérito, por proposta desta Polícia Judiciária e decisäo de perda a favor do Estado, por parte do Ministério Público, todos esses eletrodomésticos väo agora
ser distribuídos por Instituiçöes de Solidariedade Social, através da CNIS"
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