ENVELHECIMENTO ACTIVO E SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES

Portugal fecha Ano Europeu em Braga

Capital Europeia da Juventude 2012, Braga acolheu o Seminário de Encerramento do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade entre Gerações (AEEASG), num dia preenchido por cerimónias institucionais, discursos, muita conversação e música, muita música… tocada por jovens e por seniores.
Joaquina Madeira, coordenadora nacional do AEEASG, em jeito de balanço, sustentou: “O que nos falta fazer responsabiliza-nos, é verdade! Mas o tanto que já conseguimos fazer, anima-nos para avançarmos com afinco e entusiasmo”.
E sem perder tempo, Joaquina Madeira sugeriu uma agenda para o futuro, que passa por seis pontos: 1º - Criação de Plataformas de Participação e Auto-Representação dos seniores, pois é uma necessidade e um dever cívico ouvi-los acerca das políticas que lhes dizem respeito; 2º - Desenvolvimento intenso de formas de vigilância de proximidade e de atenção às famílias mais atingidas pelo momento de stress social acrescido que actualmente se vive; 3º - O conceito de envelhecimento activo está adquirido, pelo que há que atentar se as políticas dirigidas aos mais velhos o promovem; 4º - Recomendar que todas as decisões e acções visando o bem-estar e os serviços aos seniores incorpora os critérios e objectivos de um envelhecimento activo e da solidariedade entre gerações; 5º - Garantir que os novos fundos estruturais integrem o mesmo conceito de envelhecimento activo, promovendo a aprendizagem ao longo da vida; 6º - Proposta de definição de uma estratégia nacional coerente e com visão de futuro para a construção de uma sociedade amiga das pessoas idosas e da solidariedade entre as gerações.
A coordenadora nacional do AEEASG havia começado o seu discurso citando o padre António Vieira: “Quando vos perguntarem quem sois, respondei o que haveis feito. O que fizerdes, sois”.
Este foi o mote para o balanço para o que foi “um ano de oportunidades para reflectir sobre os desafios da longevidade, sobre os benefícios de um envelhecimento activo e sobre as potencialidades da solidariedade entre gerações”, segundo Joaquina Madeira, que destacou três factores dinamizadores desta realidade: o tema em si, “que é desafiante, da sociedade e do quotidiano das pessoas”; o número crescente de pessoas mais idosas, os denominados “novos seniores”, que experimentam a vida para além dos 80 anos; e ainda o legado dos anos europeus anteriores – 2010 – Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social e 2011 – Voluntariado.
Aliás, a Comissão Europeia já designou 2013 como Ano Europeu dos Cidadãos, o natural culminar de três anos de constante apelo à cidadania activa.
A terminar, a anfitriã do encontro de Braga defendeu que “a hora é de união e de partilha”, elegendo como legado do Ano Europeu de 2012 três palavras-chave: Reciprocidade (“todos, indivíduos, instituições, serviços têm sempre algo para dar, para receber, para ensinar, para aprender”); Partilha (“todos fazemos parte de uma comunidade, pois devemos dar a nossa parte à comunidade como um todo”); Sinergia (“todos juntos acrescentamos valor ao que cada um pode fazer separadamente”).
Antes, Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e da Segurança Social, elogiara o trabalho desenvolvido em Portugal pela comissão liderada por Joaquina Madeira e relembrou algumas medidas do Governo em prol dos idosos, deixando uma mensagem de esperança: “Portugal tem futuro e dará futuro aos seus”.
Depois, o ministro incitou a que se faça “da experiência e da força anos de vida”, no sentido de se ter um envelhecimento activo.
Por seu turno, László Andor, comissário europeu para o Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, sublinhou que “Portugal foi dos mais activos e a sua contribuição para o sucesso do Ano Europeu foi das maiores”.
“O Ano Europeu deu-nos uma perspectiva nova sobre o envelhecimento activo da população, pois olhamos o aumento de pessoas idosos como um problema, mas hoje já olhamos para isso como uma solução”, sustentou o comissário, afirmando: “Ninguém pode censurar o aumento da contribuição e do investimento dos Estados em políticas sociais. Isto tem que ser um forte investimento para uma sociedade melhor”.
Durante todo o dia houve comunicações, debates, conversas e muita animação, especialmente aquando da actuação da Banda Maior, um projecto com seniores da Câmara Municipal de Odivelas, que logrou levar Joaquina Madeira e o médico Daniel Serrão, de 84 anos, a uns passos de dança em pleno palco, para gáudio de uma plateia formada por gente dos 8 aos 80 e muitos…

Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)

 

Data de introdução: 2012-12-10



















editorial

NO CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL

(...) Saudar Abril é reconhecer que há caminho a percorrer e seguir em frente: Um primeiro contributo será o da valorização da política e de quanto o serviço público dignifica o exercício da política e o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Liberdade e Democracia
Dentro de breves dias celebraremos os 50 anos do 25 de Abril. Muitas serão as opiniões sobre a importância desta efeméride. Uns considerarão que nenhum benefício...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Novo governo: boas e más notícias para a economia social
O Governo que acaba de tomar posse tem a sua investidura garantida pela promessa do PS de não apresentar nem viabilizar qualquer moção de rejeição do seu programa.