No dia 15 de Janeiro de 1981, meio ano depois do Congresso, compareceram, na rua Costa Cabral, no Porto, 41 representantes de IPSS para rubricarem o documento fundador do que é hoje a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade. No ponto um das finalidades e atribuições, da então nomeada União das Instituições Privadas de Solidariedade Social, ficou plasmada a matriz da acção a desenvolver: “Assumir a representação e defesa dos interesses comuns das Instituições Unidas perante o Estado, os Tribunais, as Autarquias e quaisquer outras entidades públicas ou privadas”.
30 anos depois, a Direcção da CNIS, liderada pelo padre Lino Maia, decidiu escolher esse dia para festejar o nascimento da organização social. “É importante que haja um dia especial que seja oportunidade para reconhecer a importância da CNIS, a sua dimensão e a sua força. O facto da escritura da constituição da UIPSS ter sido no dia 15 de Janeiro de 1981 dá-nos um pretexto histórico muito forte. Podíamos ter optado pela data da realização do II Congresso, mas considerámos que a deliberação aí tomada pelas instituições foi o primeiro passo que teve o seu epílogo no dia 15 de Janeiro de 1981 com a formalização da escritura. É aí, de facto, o princípio da actual CNIS.”
“No dia quinze de Janeiro de mil novecentos e oitenta e um, na cidade do Porto e na Rua de Costa Cabral, número cento e vinte e oito, perante mim, José Cabral de Matos, Notário no Terceiro Cartório Notarial do Porto, compareceram como outorgantes: (…)”
Assim começa o documento histórico da constituição formal da União das Instituições Privadas de Solidariedade Social. Foram 43 os outorgantes que representavam 45 instituições, todas do Norte e, em grande maioria, do Porto. Duas acabaram por faltar à escritura. O documento notarial, com 30 páginas, define o quadro legal em que se inscreve a União, as finalidades e atribuições, as obrigações dos órgãos directivos, o regime financeiro e obrigava à criação imediata de uma comissão administrativa com o prazo de um ano para convocar eleições.
O padre Marinho Cia, falecido em Agosto de 2007, Director-Fundador do Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Caridade foi um dos grandes impulsionadores do II Congresso, momento fundador da actual CNIS: A escolha do local respeitou a origem do movimento. O I Congresso tinha sido realizado no Porto em 1903. “O Porto foi sempre rico alfobre de obras de assistência privada e de caridade”, justificava o padre Marinho Cia, na carta de apresentação do Congresso de 1980. O sítio seleccionado foi o Cinema Estúdio, do Centro de, nos dias 14 e 15 de Junho. Para o Congresso inscreveram-se, ao todo, 298 Instituições de Solidariedade Social.
Eleito em 1981, em Assembleia Geral, o Cónego Orlando Mota e Costa foi o primeiro presidente da UIPSS, tendo sido substituído em 1984 por Ernesto Campo. Em 1988 o padre José Maia assumiu a presidência, tendo cumprido 14 anos de uma liderança carismática. A transição da UIPSS para a CNIS foi gerida pelo Cónego Francisco Crespo, durante três anos. Em Janeiro de 2006 o padre Lino Maia assumiu o comando dos desígnios da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
Data de introdução: 2013-01-13