FESTA DA SOLIDARIEDADE

Força e em frente em prol das pessoas

Um retumbante êxito é como todos os envolvidos na sétima edição da Chama e Festa da Solidariedade consideram o que aconteceu no Parque Municipal da Guarda. Centenas de participantes, oriundos de uma dezena de distritos de Portugal, em representação de mais de meia centena de IPSS, em que pela primeira vez também a Madeira esteve representada, celebraram a solidariedade de uma forma muito genuína e em plena partilha inter-geracional e inter-institucional.
A animação começou cedo, com diversos grupos de crianças, jovens e seniores a passarem pelo palco, exibindo os seus dotes artísticos, nas áreas da música e da dança. A partir das 10h30, o espectáculo tomou conta do Parque Municipal da Guarda e não apenas em cima do palco, pois em frente a este, e também por todo o espaço densamente arborizado, os participantes na Festa dançavam, cantavam e comungavam do espírito de alegria que está na base do evento que há sete anos consecutivos leva o espírito da solidariedade pelo País.
Após o almoço, que para a esmagadora maioria dos grupos foi em jeito de piquenique – e que bem que o espaço se prestava a tal –, foi tempo de abrir oficialmente a Festa.
A animada e trajada a rigor comitiva da Fundação Anita Pina Calado, de Teixoso (Covilhã), saiu do Parque Municipal ao encontro de um vasto grupo de escuteiros que já transportavam a Chama da Solidariedade desde o largo fronteiro à Sé Catedral, onde na véspera havia chegado à cidade e onde decorrera a «Exaltação da Luz», o primeiro grande momento de vivência festiva do espírito solidário.
Chegada ao local da Festa, a numerosa coluna fez a entrega da Chama ao presidente da UDIPSS da Guarda, padre Virgílio Ardérius, que, por sua vez e já no palco, a entregou ao presidente da CNIS, padre Lino Maia, tal como é tradicional. Os dois presidentes, juntamente com o director do Centro Regional da Segurança Social da Guarda, Jacinto Dias, entregaram a tocha flamejante à vereadora da Acção Social da autarquia guardense, Elsa Fernandes, que, simbolicamente, acendeu a pira solidária, num momento de grande entusiasmo na plateia.
Em tempo de discursos, o padre Virgílio Ardérius começou por “agradecer ao padre Lino Maia e à Direcção da CNIS terem escolhido a Guarda para receber a Festa da Solidariedade”, para depois sublinhar “o enorme prazer” que constituiu para a UDIPSS local dar corpo ao evento.
“Nem as dificuldades, nem a crise nos conseguem vencer”, sustentou, enviando, de seguida, um telegráfico recado para quem nos governa: “E que nos ajudem!”.
Por seu turno, o presidente da CNIS começou por traçar rasgados elogios à Guarda e ao seu espírito solidário, utilizando o epíteto dos «5 F», com que a cidade mais alta de Portugal é conhecida, sublinhando o “F de Farta, pois é uma região onde abundam as iniciativas solidárias”.
“Como é bom estarmos juntos e como é bom trabalharmos juntos”, disse o padre Lino Maia, prosseguindo com um apelo mais amplo: “Nós existimos para responder às necessidades, que cada vez são maiores… E quero dizer a todos os autarcas deste País e a todos os directores dos Centros Regionais da Segurança Social que é bom e muito importante que todos dêmos as mãos”.
Sob o olhar atento da plateia, o padre Lino Maia sublinhou o “relevante papel das IPSS nas áreas da educação, saúde e desenvolvimento local”, especificando: “Nas IPSS fazemos coisas muito importantes com as crianças, com os deficientes e com os idosos, caso contrário, a estes não lhes restava senão aguardar com amargura a chegada da morte”.
Não esquecendo o momento complicado que a população portuguesa atravessa, o líder da CNIS sustentou que “as IPSS estão a mostrar que é possível e que fazem muito pelo desenvolvimento local”, terminando com um incentivo a todos os que vivem o espírito da solidariedade de forma genuína: “Temos muitas dificuldades, mas não desistimos e só pedimos que nos deixem fazer o que sabemos fazer bem em prol das pessoas. Nas IPSS não se trabalha para progredir na carreira, andamos nisto porque amamos as pessoas e porque as queremos felizes. Esta Chama não se vai apagar, nem este espírito de amor às pessoas, com as pessoas e a favor das pessoas. Por isso, força e em frente”.
Jacinto Dias, director do CRSS, e Elsa Fernandes, da Câmara Municipal da Guarda, elogiaram o evento e o trabalho desenvolvido por todas as IPSS, tendo a vereadora lido ainda uma mensagem enviada pelo edil guardense, ausente por motivos profissionais!
Terminados os discursos, foi tempo da animação tomar novamente conta do palco e de todo o recinto, onde foram também instalados uns parques infantis insufláveis, que fizeram o sucesso entre a pequenada.
Animadas, participadas e muito aplaudidas foram as actuações dos grupos que em palco representaram instituições como Centro Cultural da Guarda, Centro Social de Santo Aleixo - Unhais da Serra, Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Centro de Formação, Assistência e Desenvolvimento (Guarda), APITIL – Associação Pela Infância e Terceira Idade de Lamego, Fundação Anita Pina Calado (Teixoso - Covilhã), ARCIL – Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã, Centro Social Paroquial de Aldeia Nova, Centro Social Paroquial Nª Senhora da Conceição (Guarda), Fundação Aurora Ressurreição Coelho Borges (Santa Marinha - Seia), Centro Social e Cultural e Recreativo do Lamegal e Casa da Sagrada Família da Guarda, entre muitas outras.
Da cidade mais alta de Portugal, a Festa da Solidariedade 2014 irá, tal como anunciou o presidente da CNIS, “muito provavelmente para o Porto”, prevendo-se que a Chama possa iluminar e aquecer o Nordeste Transmontano.

BOLA SOLIDÁRIA

Desde manhã cedo que os autocarros e as carrinhas das diversas IPSS começaram a chegar à cidade mais alta de Portugal e a envolver o Parque Municipal, espaço muito arborizado para onde estava marcada a festa. Enquanto aqui, por volta das 10h00, se dava início à recepção das instituições participantes, a poucas dezenas de metros, no Estádio Municipal, arrancava o jogo de futebol feminino, entre a equipa da IPSS Fundação Dª Laura dos Santos (que esta época disputou o Campeonato Nacional da I Divisão) e uma selecção de jogadoras de diversos clubes, liderada pela internacional portuguesa Carla Couto, e que a primeira venceu por 4-3. O resultado não era, de todo, o que fazia as atletas das duas equipas correr, mas sim a confraternização e a comunhão do espírito solidário que invadia a Guarda, com a presença de muitas pessoas dos mais variados pontos do País.
Pela primeira vez a Festa da Solidariedade integrou actividades desportivas no seu programa e a escolha de um jogo de futebol feminino não se deveu ao acaso. Se o presidente da UDIPSS da Guarda, Virgílio Ardérius, quis, desde a primeira hora, associar o espírito da Chama da Solidariedade aos valores do movimento olímpico, já o presidente da CNIS, padre Lino Maia, enfatizou o “importante papel das mulheres na vida das IPSS” e ainda em toda a actividade solidária que prolifera pelo território nacional.
Unânime foi também o sentimento entre os dirigentes de que o espírito solidário sai reforçado com mais esta Festa da Solidariedade, algo com que o País conta e poderá continuar a contar, porque nas IPSS a disposição é a de continuar a dar resposta aos problemas sociais, que são transversais à população portuguesa, independentemente da idade, do género, da raça, da capacidade física ou intelectual, do estado de saúde, das finanças pessoais ou do que seja.
A Festa e Chama da Solidariedade regressa em 2014!















P.V.O.

 

Data de introdução: 2013-06-30



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...