A CNIS acaba de fazer um levantamento junto das IPSS que têm resposta na área dos Cuidados Continuados, que no presente momento são 28, “de facto, um número reduzido face ao universo existente”, refere Joaquim Vale, da Direcção da CNIS.
«A análise mais global das dificuldades e aspetos positivos apresentados pelas instituições permite concluir que não existe uma uniformização de critérios no relacionamento entre estas e os serviços da Saúde e da Segurança Social. De facto, se umas Instituições apresentam como dificuldade os atrasos no pagamento por parte da Saúde e da Segurança Social, outras apresentam o pagamento atempado como um factor positivo», pode ler-se no relatório elaborado a partir do inquérito feito junto das instituições.
“Estamos a tentar trabalhar estes resultados com o Ministério da Saúde, mas queremos fazê-lo de uma forma articulada com as Misericórdias, precisamente porque a CNIS tem uma percentagem bastante diminuta em relação ao que existe no País e seria desajustado fazer o contacto com o Ministério da Saúde sem ser em articulação com as Misericórdias”, revelou Joaquim Vale.
Na última Assembleia Geral da CNIS, o presidente deixou um esclarecimento acerca do papel da Confederação sobre a matéria em questão: “Em relação à questão das Unidades de Cuidados
Continuados (UCC), de facto, e digo-o com toda a verdade, humildade e transparência, a União das Misericórdias, mesmo desde antes de existirem as UCC, teve liderança neste processo, como noutros tem tido a CNIS. Mas também devo dizer em nome da verdade, que a União das Misericórdias não tem feito rigorosamente nada sem que seja concertado com a CNIS”.
Perante a situação existente, a CNIS advoga algumas soluções que passam por congregar sinergias.
“Em algumas situações é possível rentabilizar infra-estruturas e recursos humanos. Já fiz sentir isso numa reunião com o senhor ministro, no sentido de que as instituições podem rentabilizar os meios que têm bem melhor do que o que estão a fazer e até aumentar a sua capacidade, praticamente, sem custos, e até utilizar alguns espaços mortos dos seus equipamentos, podendo torná-los úteis à comunidade”, defende o
dirigente, revelando: “As IPSS estão muito preocupadas e nós CNIS também, porque o País neste momento não tem dinheiro e é preciso, cada vez mais, racionalizar os custos e temos que aproveitar o que existe. Nessa reunião com o senhor ministro avançámos com a ideia de que alguns lares em certas localidades têm espaços e meios técnicos, em termos humanos e da estrutura em si, para acolher pessoas que estão nos cuidados continuados. E isso seria um passo muito evolutivo e muito importante para as populações e para as instituições. Podiam fazer um acordo com o Estado, porque têm condições, físicas e humanas, para prestar os apoios a essas pessoas que estão em cuidados continuados”.
Neste momento, as IPSS asseguram em todo o País, à excepção dos distritos de Aveiro e Viseu, uma Unidade de Convalescença; 17 Unidades de Média Duração e Reabilitação; 22 Unidades de Longa Duração e Manutenção; e uma Unidade de Cuidados Paliativos.
Porém, para o dirigente da CNIS o desenvolvimento da Rede, face às metas traçadas, “estagnou um pouco, porque com o pouco dinheiro que há disponível não me parece que tenha havido uma grande evolução nessa matéria. Esta é a minha perspectiva, sendo que não tenho todos os dados para me pronunciar de uma forma efectiva”.
No entanto, esta é uma valência que as IPSS querem continuar a abraçar, disponibilizando espaços e recursos humanos que, neste momento, estão alocados a Estruturas Residenciais para Idosos.
MAIS 60 CAMAS EM BRAGANÇA
A Santa Casa da Misericórdia de Bragança, associada de base da CNIS, está a construir uma nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), que nos seus quatro pisos integrará: área de medicina física e de reabilitação e ainda área de apoios comuns; Unidade de Convalescença, com 15 camas; Unidade de Média Duração e Reabilitação, com 15 camas; e Unidade de Longa Duração e Manutenção, com 30 camas.
A nova UCCI representa um investimento da ordem dos quatro milhões de euros, numa obra que tem uma área bruta de construção de 3.657 metros quadrados e que estará finalizada em finais do corrente mês de Novembro. A sua entrada em funcionamento fica, depois, pendente do acordo de cooperação com o Ministério da Saúde.
Data de introdução: 2013-11-11