CAPUCHINHO VERMELHO E POLEGARZINHA DÃO UMA AJUDA

Campanha contra a violência doméstica

A campanha "Diga Não à Violência Doméstica", da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (CIDM), foi esta segunda-feira lançada em Lisboa, e conta com personagens como o Capuchinho Vermelho para "informar, sensibilizar e prevenir".

Esta campanha publicitária é uma das iniciativas integradas nas comemorações do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala a 25 de Novembro, e que integra um Programa de Comunicação a três anos.

A CIDM assinou também um protocolo com a EPAL e com a Pfizer, que se comprometeram com um subsídio de 50.000 euros/ano, destinados a patrocinar o referido Programa de Comunicação, integrado no II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica, adoptado pelo Governo em Julho de 2003.

"Este plano, adoptada até 2006, é orientado para as áreas da sensibilização, da informação e da prevenção em estreita ligação com a sociedade civil", explicou Maria Amélia Paiva, presidente da CIDM.

Uma das medidas contempladas neste plano consistia no desenvolvimento de uma campanha nacional sobre a problemática da violência doméstica, agora posta em prática.

"A violência doméstica continua a ser um dos grandes flagelos da nossa sociedade, apesar de ser um tipo de comportamento inaceitável e desajustado dos valores e princípios hoje consagrados a todos os níveis", acrescentou.

Na campanha publicitária que se inicia hoje e termina a 30 de Novembro, histórias de contos de fadas são reinventadas, onde as figuras femininas, como o Capuchinho Vermelho ou a Polegarzinha têm um papel mais activo, rejeitando os actos de violência que lhes são dirigidos e mudando o rumo da história.

"As figuras masculinas (o Lobo Mau e o Sr. Toupeira) reconhecem que os actos de violência são um problema, e sem preconceitos abdicam de um posição de poder e recorrem à ajuda exterior", explicou Conceição Lavadinho, coordenadora da área da violência da CIDM.

Esta campanha será ainda divulgada nos comboios suburbanos de Lisboa e nas linhas de Santarém, Setúbal, Castelo Branco, Guarda e Covilhã. Serão ainda distribuídos panfletos e cartazes em hospitais, farmácias e centros de saúde.

Em 2005, o Programa de Comunicação segue com outras acções de sensibilização e prevenção, entre as quais um projecto pedagógico a envolver as escolas do ensino básico, no qual se pretende que a "violência seja debatida numa perspectiva positiva", uma vez que reforçar sempre os aspectos negativos "não produz mudança nenhuma", segundo Conceição Lavadinho.

O ministro de Estado e da Presidência, Nuno Morais Sarmento, esteve presente na cerimónia e frisou que se estima que em Portugal "morrem mensalmente uma média de cinco mulheres vítimas directas de actos de violência conjugal".

"A violência doméstica é um problema que muitas vezes se faz esconder por detrás de sorrisos aparentemente serenos, mas ela representa de facto o que de mais bárbaro existe na espécie humana", disse Morais Sarmento.

Esta semana realizam-se ainda mais duas iniciativas: na quarta- feira, a Casa dos Patudos, em Alpiarça, recebe a Conferência "Estratégias de Mudança: Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica", para discutir a reorganização daquele serviço.

Na sexta-feira, no auditório do Instituto Português da Juventude, em Lisboa, jovens com idades entre os 16 e os 18 anos, oriundos de escolas de Lisboa, Portalegre, Castelo Branco e Setúbal vão debater o tema da violência doméstica com especialistas.

 

Data de introdução: 2004-11-27



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...