SIDA

A Igreja não está atenta ao problema da sexualidade

O padre Feytor Pinto, presidente da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde defendeu mais empenho das organizações católicas na defesa do sexo seguro como forma de prevenir a Sida, evitando a sua "confusão" com o uso do preservativo.

Falando durante o 18/o Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que terminou em Fátima, o padre Feytor Pinto criticou o facto da sociedade "confundir o sexo seguro com o uso do preservativo", reconhecendo que esta situação também se deve à falta de acção da Igreja. "A Igreja não está suficientemente atenta ao problema da sexualidade e afectividade humana", admitiu, considerando que ainda existe algum "desconforto" de sectores católicos em abordar estas temáticas.

Esta situação levou a que os principais actores da luta contra a Sida sejam ONG’s que defendem o uso do preservativo como única forma de evitar a propagação da doença. Para o padre Feytor Pinto, o preservativo "não é uma panaceia" mas apenas um "meio" nos casos em que um dos parceiros está infectado com o vírus da Sida. "O drama é que quando as pessoas ouvem falar em sexo seguro pensam apenas na protecção exterior, com o uso do preservativo" e preferem "ignorar a necessidade de mudança dos comportamentos", afirmou o padre Feytor Pinto.

"Em vez de contrariar os comportamentos, tenta-se eliminar as suas consequências", sublinhou, lamentando que os organismos de prevenção da Sida falem pouco em abstinência sexual, monogamia ou fidelidade, preferindo ignorar a "prostituição dos valores" em que as relações humanos hoje vivem.

Para tentar contrariar esta situação, o padre Feytor Pinto defende um maior empenho das estruturas católicas da prevenção da doença e apoio às vítimas da Sida, aproveitando a abertura manifestada pelo Estado à participação da sociedade civil em algumas valências da Saúde.

O presidente da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde defendeu também o reforço da educação para a saúde na catequese, para "prevenir problemas futuros". Questões como a alimentação, higiene ou comportamento seguros devem ser abordados pelos catequistas junto das crianças, defendeu o padre Vítor Feytor Pinto, no final do 18/o Encontro Nacional da Pastoral da Saúde.

No caso dos adolescentes, o sacerdote defende que os animadores de jovens e catequistas dêem formação na "educação para a sexualidade humana", procurando ultrapassar o estigma destas temáticas.

 

Data de introdução: 2004-12-07



















editorial

NO CINQUENTENÁRIO DO 25 DE ABRIL

(...) Saudar Abril é reconhecer que há caminho a percorrer e seguir em frente: Um primeiro contributo será o da valorização da política e de quanto o serviço público dignifica o exercício da política e o...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Liberdade e Democracia
Dentro de breves dias celebraremos os 50 anos do 25 de Abril. Muitas serão as opiniões sobre a importância desta efeméride. Uns considerarão que nenhum benefício...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Novo governo: boas e más notícias para a economia social
O Governo que acaba de tomar posse tem a sua investidura garantida pela promessa do PS de não apresentar nem viabilizar qualquer moção de rejeição do seu programa.