A constituição de uma plataforma social nacional é uma das propostas avançadas pela CNIS, na sequência das conclusões do colóquio sobre a Economia Social que decorreu no passado dia 5, em Lisboa.
Na sua qualidade de maior e mais representativa organização de instituições do terceiro sector, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade pretende que tal plataforma abranja todas as instituições de economia social, sendo considerada activa e sistematicamente envolvida pelo governo, como um interlocutor oficial no enquadramento do processo de decisão e, em particular, a ser reconhecida como parceira no diálogo e concertação social.
Destacamos as principais Preocupações, perspectivas e desafios resultantes das intervenções no colóqui organizado pela CNIS e pela UDIPSS de Lisboa (União Distrital das Instituições Particulares Solidariedade Social).
· Que a economia social, em referência aos valores que representa e as actividades desenvolvidas, encontra o seu lugar particular no universo das empresas e instituições socialmente responsáveis contribuindo para o funcionamento democrático do mundo empresarial e da governação, para o desenvolvimento sustentado e a aplicação dos objectivos da Estratégia de Lisboa;
· Em particular as instituições particulares de solidariedade social têm um papel reservado no sector social e no aprofundamento de um modelo de desenvolvimento que se pretende centrado não só no homem como um todo como também em todos os homens e mulheres.
· A instabilidade económica das IPSS e a incerteza da mesma decorrente dificultam a desejável motivação para que se generalize uma saudável opção por uma prática menos voltada para a gestão de equipamentos, porque também e cada vez mais aberta à intervenção comunitária no sentido da construção de direitos, tendo em vista contribuir para a optimização dos níveis de coesão social
· O Estado não se assume como parceiro na concretização de objectivos que também são seus (promover o bem estar e a qualidade de vida; efectivar os direitos económicos, sociais e culturais; promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional).
· Que a economia social tem de enfrentar os desafios de grande envergadura da sociedade actual: globalização económica e o bem-estar social. A economia social aceita a globalização mas uma globalização diferente com formas e conteúdos diferentes: acções comuns para o desenvolvimento, organizações europeias sem fins de lucro que operam em distintos países, o comércio justo. A economia social tem de pensar no global operando no local porque o fundamental é a influência no associativismo local e na pessoa humana.
· Por isso a economia social tem de estar presente na definição e implementação da política europeia e nacional promovendo soluções e boas práticas designadamente na aplicação da Estratégia de Lisboa e na Política de Agenda Social. Necessário uma melhor governação na definição e nas acções no quadro de uma nova Parceria para mudança.
Data de introdução: 2005-11-29