O presidente da equipa que acompanha a aplicação da lei da adopção defende o agravamento das penas para abusadores e agressores de menores, afirmando que existem em Portugal 17 mil crianças e adolescentes em risco.
Luís Villas-Boas sustentou que "o país não pode permitir que cada vez haja mais crianças em perigo ou em situações que podem conduzir à morte, como sucedeu esta semana no Porto", onde uma menina de cinco anos morreu alegadamente vítima de maus-tratos de familiares.
Salientou ainda que existem dois milhões de portugueses a viver abaixo do limiar da pobreza, o que significa que há 600 mil crianças pobres. "As famílias mais pobres amam os seus filhos como quaisquer outras, mas a pobreza, traduzida na falta de emprego, casa, alimentação e higiene pode conduzir a situações de risco", disse.
Luís Villas-Boas, que preside também ao Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, que alberga crianças em risco, falava em Guimarães durante a sessão de lançamento das obras do futuro Centro de Acolhimento Temporário da Associação de Apoio à Criança da cidade, que hoje decorreu na sede do organismo.
Luís Villas-Boas disse que é preciso avançar para um sistema legal de coordenação das diferentes entidades envolvidas no processo de acolhimento temporário de crianças, de forma que elas sejam entregues o mais depressa possível a famílias que se disponibilizem para as receber, evitando-se casos de tragédias como o registado no Porto.
Data de introdução: 2005-05-13