A centelha solidária deixou Vila Real ainda o nevoeiro matinal cobria o céu da cidade e embelezava a paisagem pela forma particular e nostálgica com que envolvia as serranias em redor. O primeiro destino era Mondim de Basto, onde a Chama chegou a meio da manhã, depois de atravessar o Parque Natural do Alvão. Parte da paisagem era desoladora, pois no ano passado a serra foi bastante fustigada pelos incêndios, tornando-se pasto de uma outra chama que nada traz de bom e, demasiada vezes, provocada por gente mal-intencionada. Pelo contrário, a Chama da Solidariedade propaga a mensagem do ser solidário e do fazer bem aos outros.
Este é o espírito e por todos os locais que a tocha solidária tem passado é o clima e os protagonistas institucionais têm-no referido nas suas intervenções.
Nesta terça-feira, a Chama voltou a ser recebida com grande entusiasmo pelos locais que visitou, com muitas crianças a darem um colorido maior à enorme festa que os próprios fazem, mas também bastantes idosos e jovens e adultos portadores de deficiência a celebrarem em conjunto a presença da solidariedade em figura de fogo.
O sentido histórico do dia de hoje também deve ser relevado. Pois se a etapa terminou na cidade «Onde Nasceu Portugal», da parte da manhã o archote solidário esteve em duas cidades que assinalam no presente ano o Foral, concretamente, Mondim de Basto e Cabeceiras de Basto.
Na primeira, junto ao edifício da Câmara Municipal, o presidente da edilidade, Humberto Cerqueira, acolheu a Chama na presença de muitas crianças das instituições locais e vários utentes de outras valências. A passagem pela cidade foi breve, pois a Chama da Solidariedade estava prestes a ser entregue à UDIPSS Braga, naquela que é já a quarta União Distrital a participar activamente na caminhada do facho até ao Porto, onde se realiza no sábado a Festa da Solidariedade.
Foi logo à saída de Mondim de Basto, que o presidente da UDIPSS Vila Real, Luís Correia, entregou a tocha solidária a Manuel Lomba, congénere de Braga, na presença de alguns colaboradores e utentes de diversas IPSS de Cabeceiras de Basto. Aí, junto ao Mosteiro, simultaneamente, Paços do Concelho, uma pequena multidão de crianças, idosos e pessoas com deficiência, para além de alguns transeuntes, saudaram a entrega da tocha solidária ao concelho, na pessoa do edil China Pereira.
Foi ao som de «Canta, amigo canta» que celebraram o acto, que culminou com uma largada de balões brancos, a que nem o sino da igreja ficou indiferente! Coincidências…
Após o almoço, no Centro Social de Cabeceiras um momento singelo na despedida, com uma canção interpretada pelos colaboradores da instituição, que comoveu o dirigente da CNIS Eduardo Mourinha, que fez questão de sublinhar o momento.
Levantada bem alto a fasquia para a forma como a Chama da Solidariedade é recebida, a chegada a Guimarães foi feita numa pequena coluna de lambretas (todas elas Vespa), a que se seguia a demais comitiva que acompanha o facho, que foi saudada ao longo do percurso pela cidade, que inclui os incontornáveis Largo da Mumadona e Praça do Toural rumo à Ordem Terceira de S. Francisco.
Centenas de crianças, várias dezenas de idosos e bastantes pessoas portadoras de deficiência coloriram os passeios das artérias por onde o cortejo passou e emprestaram uma alegria esfusiante ao evento, a que nem os muitos turistas ficaram indiferentes.
Em frente à venerável instituição vimaranense, enquanto as crianças cantavam, os mais idosos deliciavam-se a ouvi-las, ansiosos pelo momento da largada dos coloridos balões que pintariam o céu da cidade-Berço em tons de branco, azul e amarelo.
Associando-se à festa, Paula Oliveira, vereadora da Acção Social do município de Guimarães, aproveitou para destacar o “bom trabalho” que se realiza no concelho, colocando ênfase no “bom funcionamento da Rede Social.
Como diz o poeta: “Foi bonita a festa, pá”!...
Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)
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