CONSELHO GERAL

Chama, Festa e Congresso em análise

Era vasta a Ordem de Trabalhos de mais um Conselho Geral da CNIS, que no dia 17 do corrente decorreu em Fátima, sendo que o Congresso temático da CNIS e ainda a Chama e Festa da Solidariedade foram os temas que centraram as atenções dos conselheiros, logo na abertura da reunião.
Instados a comentar mais uma edição da Chama da Solidariedade, os presidentes das Uniões Distritais por onde o archote solidário passou foram unânimes em dizer que “correu bem”, sem, no entanto, deixarem de sugerir que “o modelo devia ser repensado”.
“Penso que correu dentro do previsto, com maior ou menor adesão nos concelhos escolhidos para receberem a passagem da Chama, mas foi interessante a mobilização por parte das instituições”, começou por dizer Luís Correia, da UDIPSS Vila Real, que acrescentou: “No entanto, há zonas em que a Chama percorre muitos quilómetros sem se passar nada. Foi muito importante a participação dos bombeiros, que desempenharam um papel importante, e de uma maneira geral, correu bem”.
Por seu turno, Castanheira Pinto, líder da UDIPSS Bragança, mostrou-se satisfeito, deixando algumas críticas às IPSS do distrito: “Em Bragança correu muito bem e optámos por centralizar a festa na cidade de Bragança. Não houve problemas, à excepção de algumas IPSS que gostavam de ter participado e não o fizeram, mas a questão é que solicitámos a sua participação antecipadamente e não responderam e, em cima da hora, já queriam entrar na festa…”.
Depois de Bragança e Vila Real, a tocha solidária atravessou o distrito de Braga.
“A nossa preocupação era passar pelo concelho de Guimarães, pois a Chama já havia passado em Braga e em Barcelos… Em Guimarães houve grande adesão das instituições, tal como em Cabeceiras de Basto… Penso que foi uma opção acertada pois a adesão, nos dois concelhos, foi muito boa”, comentou Manuel Lomba, presidente da UDIPSS Braga.
Já Manuel Domingos, dirigente máximo da UDIPSS Viana do Castelo, recordou que no seu distrito “por força do trajecto escolhido, a iniciativa ficou centrada no concelho de Viana do Castelo, sendo que a maioria das IPSS do distrito são de outros concelhos, mas fazê-la passar por outros concelhos seria demasiado demorado”.
Nesta que foi a estreia absoluta do distrito na Chama da Solidariedade, Manuel Domingos considerou ainda que “gasta-se muito tempo na estrada e chamar a população em dia de semana, é muito difícil”.
“Penso que o modelo deve ser repensado para se conseguir mais adesão das instituições, da população e, por exemplo, das escolas”, afirmou, sublinhando: “Questiono apenas o modelo e não a iniciativa”.
O padre José Baptista, presidente da UDIPSS Porto, que recolheu a Chama e acolheu a Festa e o Congresso temático estava satisfeito com a adesão alcançada por todas as iniciativas, mas deixou alguns lamentos: “Houve bastante movimentação nos quatro concelhos do distrito, tanto na Póvoa de Varzim, como em Vila do Conde, em Gondomar e em Valongo. Por outro lado, penso que teria sido melhor a Chama ter chegado no final do Congresso, para evitar que as pessoas ali presentes desmobilizassem. Depois, a cidade do Porto ao sábado não é o melhor local para fazer uma marcha e até contávamos que tivesse mais impacto, mesmo assim, conseguimos uma marcha solidária bastante concorrida e foi bom. Penso que se atingiram os objectivos. No entanto, acho que se deve repensar a chagada da Chama”.
Saída da Guarda, a Chama percorreu depois mais de mil quilómetros até ao Porto. Rui Reis, da UDIPSS Guarda, sublinhou que “apesar dos sete graus” que se faziam sentir na cidade mais alta de Portugal “ainda se conseguiu juntar um número muito significativo de crianças e idosos” para a despedida da flama solidária.
“Penso que correu bem… O modelo deve ser repensado, mas todos têm que dar contributos. A Chama da Solidariedade caminha ao lado da CNIS e deve continuar”, sustentou o presidente da União da Guarda.
Por seu lado, Eduardo Mourinha, elemento da Direcção que acompanhou sempre a Chama desde Bragança, considerou que a iniciativa “correu razoavelmente bem, sem grandes problemas”, deixando duas questões à consideração dos conselheiros: “Andam-se muitos quilómetros e há ainda um grande desconhecimento das pessoas sobre o que é a Chama da Solidariedade”.
Também pela Direcção, Eleutério Alves, coordenador das iniciativas em debate no Conselho Geral, foi peremptório: “Vamos ter vaidade no que fazemos. Não é fácil mobilizar as IPSS, mas mesmo assim conseguimos chamar muita gente à rua, pelo que valeu a pena. Isto não quer dizer que não possamos fazer uma maior divulgação das iniciativas”.
No respeitante ao Congresso, Manuel Domingos deixou ainda mais um alerta: “Se não conseguimos mobilizar as instituições há que repensar as coisas, porque, por exemplo, o Congresso teve menos gente do que uma Assembleia Geral da CNIS!”.
A este propósito, José Carlos Batalha, da UDIPSS Lisboa, elogiou a dinâmica do Congresso, mas mostrou reticências quanto ao espaço escolhido: “O Congresso, com a riqueza de temas que teve, teria sido melhor num espaço maior, que não fosse limitador, mas mais convidativo. Penso que era um espaço pequeno… É que conseguindo a presença de mais IPSS, também se conseguiria que elas se envolvessem mais”.
Em sentido contrário, o padre Baptista disse: “Não assaquemos ao Congresso o que ele não pode dar. A reflexão foi óptima e não podemos comparar Congresso, Assembleia Geral e Chama, porque são coisas diferentes”.
Relativamente ao V Congresso da CNIS, o padre Lino Maia sustentou perante os conselheiros que “foi um laboratório de ideias, um lançar de semente para as IPSS” e “como laboratório de ideias para lançar sementes foi óptimo”.
“No Congresso estiveram 300 pessoas e foi um grande acontecimento, um grande momento”, defendeu o presidente da CNIS, que sobre a Chama e a Festa referiu: “A Chama é um anda de mão em mão e de terra em terra que fumega e não apaga. É certo que podemos aprofundar o modelo. A Festa precisará de ser mais festa se as instituições não se sentirem desobrigadas a ficar após a sua actuação em palco. É preciso que haja qualquer coisa que congregue as pessoas”.
Depois, o padre Lino Maia deixou no ar a possibilidade de o evento poder vir a realizar-se noutra altura: “Está em marcha a consagração de um Dia Nacional da Solidariedade, mas já estive mais optimista, e talvez esse dia seja a altura de se fazer a Festa…”.
O presidente da CNIS deixou ainda um agradecimento às Uniões Distritais que participaram na Chama da Solidariedade, “porque trabalharam muito”, e ainda aos elementos da Direcção Eduardo Mourinha e Eleutério Alves, para quem pediu ao Conselho geral um «voto de gratidão» a inscrever da acta da reunião.
A fechar o assunto, Palmira Macedo, do Centro de Estudos da CNIS, apresentou as 24 conclusões e sete recomendações emanadas do Congresso «Solidariedade: Novos Caminhos, Valores de Sempre».
E se ainda não há decisão sobre o local da Festa da Solidariedade 2015, foi anunciado aos conselheiros que vai ser elaborada uma publicação com todas as intervenções feitas no Congresso do Porto.
De resto a reunião decorreu com a Direcção a prestar alguns esclarecimentos e a fornecer algumas informações às Uniões Distritais, especialmente sobre a Contratação Colectiva.
Nota ainda para a informação prestada pelo tesoureiro Eleutério Alves acerca do acerto de contas entre a CNIS e as Uniões Distritais, agora que as verbas relativas aos anos de 2011 e 2012 foram desbloqueadas pelo Instituto da Segurança Social.

Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)

 

Data de introdução: 2014-06-19



















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