Em termos simples, o microcrédito é um empréstimo, com limite máximo de 5.000 euros, destinado a quem vive em situação de exclusão social. Destina-se a ser um investimento, um começo de vida. E é por isso que a maioria dos candidatos ao microcrédito vai de mãos a abanar. Os pedidos de empréstimo para consumo não são contemplados.
Mesmo assim o balanço feito pela Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) é muito positivo. Noventa por cento dos candidatos a um pequeno negócio que recorrem ao microcrédito obtêm financiamento.
O presidente da ANDC garante que só 20 por cento das candidaturas é que se destinam, de facto, a lançar um negócio, disse. Brandão Alves adiantou que a associação já apoiou a criação de 425 pequenos negócios, que geraram mais de 500 postos de trabalho, com um financiamento total de 1,8 milhões de euros. "São muitos os que querem sair da exclusão, que têm iniciativas e ideias, mas que não têm os mesmos meios que as outras pessoas", sublinhou Brandão Alves, adiantando que "o emprego criado pelo microcrédito é dos mais sustentados da sociedade porque quem teve a coragem de saltar da exclusão fará tudo para manter o seu emprego".
Neste sentido, o presidente da ANDC defendeu que "era importante olhar para estas microempresas (um ou dois trabalhadores) de uma forma diferente das microempresas normais (menos de 10 trabalhadores), nomeadamente na área da fiscalidade e das contribuições para a segurança social. O presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito sublinhou ainda que 10 por cento dos beneficiários de microcrédito tem formação ao nível do ensino superior.
Realçando a importância do microcrédito no campo das políticas sociais, o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social sublinhou que esta forma de financiamento combate a pobreza, apoia o desenvolvimento e o espírito empresarial.
20.05.2005
Data de introdução: 2005-05-26