A Santa Casa da Misericórdia de Bragança inaugurou, no dia 29 de Agosto, a maior Unidade de Cuidados Continuados (UCC) do Nordeste Transmontano, com 40 camas, que vai começar a receber utentes a partir de 8 de Setembro. Esta é nona unidade do género da região e a primeira a abrir na capital de distrito, onde até agora não existia resposta para quem continua a necessitar de cuidados depois da alta hospitalar. Na cerimónia de inauguração estiveram presentes o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Agostinho Branquinho, o presidente da ARSNorte, o presidente da Cnis, Lino Maia e o Bispo de Bragança-Miranda.
Eleutério Alves, presidente da instituição, sublinhou a importância desta obra: “Construímos uma obra esteticamente linda, funcionalmente de grande qualidade, que enriquece o património da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, que dignifica o concelho de Bragança, que prestigia todos quantos aqui vão colaborar, que garante conforto e bem-estar a todos quantos aqui forem tratados.”
A construção da Unidade de Cuidados Continuados representou um investimento de 3,6 milhões de euros com um financiamento do FEDER de 2,5 milhões. A unidade começará a funcionar e a receber os primeiros utentes no dia 8 de Setembro, mas em moldes mais modestos do que o projecto inicial, ficando pelas 15 camas para cuidados intermédias (até 90 dias) e 25 camas para longa duração. O equipamento tem mais 32 camas disponíveis que ficam de fora dos acordos de cooperação com o Estado. Os acordos de cooperação com o Estado, através dos quais a Segurança Social vai comparticipar parte das despesas dos utentes, foram assinados, durante a cerimónia. No discurso, Eleutério Alves pediu ao secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social compreensão para uma próxima revisão: “É por saber tudo isso que me permito e atrevo a sensibilizar V. Exª para, logo que o entenda oportuno, dado que necessário já o consideramos, determine a revisão do nosso acordo de cooperação passando das 40 camas para as 60 camas inicialmente previstas.”
O provedor adiantou que esta capacidade garantirá que, em caso de necessidade, no futuro possam ser disponibilizadas evitando a construção de novos equipamentos. Enquanto não houver acordos com o Estado para estas camas, a Misericórdia de Bragança está a estudar a possibilidade "de disponibilizar alguns espaços para resposta a necessidades pontuais dos cidadãos".
As condições de financiamento e o menor número de camas obrigaram também, segundo o provedor, a reajustar o número de postos de trabalho que inicialmente apontava para 60 e ficou na meia centena. Eleutério Alves sublinhou, contudo, "a importância" do emprego criada na atual conjuntura e na economia local.
A Santa Casa da Misericórdia de Bragança é dos maiores empregadores da região, assegurando atualmente cerca de 310 postos de trabalho nas diferentes valências com 1 200 utentes por dia. Cumpriu, em Julho passado, 496 anos. Actualmente, disponibiliza à comunidade local três lares de idosos, serviço de apoio domiciliário, centro de dia, refeitório social, casa de apoio a vítimas de violência, três centros infantis, três creches, creche familiar, ATL, escola do ensino básico, lar residencial para cidadãos com deficiência, centro de actividades ocupacionais para cidadãos com deficiência, centro de medicina física e reabilitação, museu etnográfico, bairro social e, a partir de hoje, uma unidade de cuidados continuados. Tem um orçamento anual que ultrapassa os 8 milhões de euros.
A rede de cuidados continuados do distrito de Bragança já tinha sido reforçada com a abertura, em Agosto, da unidade de Mirandela, agora oficialmente inaugurada, pelo secretário de Estado. Esta unidade pertence à Misericórdia de Mirandela e disponibiliza dez camas destinadas a doentes que necessitem de cuidados de média duração e reabilitação e 20 camas para longa duração e manutenção. O equipamento instalado no hospital privado "Terra Quente" esteve mais de um ano à espera dos acordos de cooperação com o Estado, que contemplaram também um número inferior à capacidade existente.
O Nordeste Transmontano dispõe ainda de unidades integradas na rede nacional de cuidados continuados em Vimioso, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Vila Flor, Miranda do Douro e Macedo de Cavaleiros.
Entre os 12 concelhos do distrito de Bragança apenas os de Vinhais, Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães não dispõem desta valência. Os doentes são referenciados a nível hospitalar para qualquer unidade da rede nacional, conforme as vagas existentes.
Não há inqueritos válidos.