Nem mais nem menos… foi nestes termos que o Papa Francisco se dirigiu ao Parlamento Europeu, chamando a atenção daqueles mais de 600 eurodeputados para o estado decadente, envelhecido, de um Continente que deu mundos ao Mundo, que espalhou pelos cinco continentes cultura, civilização, saber, pensamento, riqueza e poder.
Para não retirar força às suas afirmações, tendo em conta que ele é um exímio pedagogo nas parábolas dos gestos e das afirmações incisivas, permito-me partilhar com os leitores do SOLIDARIEDADE algumas das suas afirmações, tais como: “A Europa é um Continente assustado e curvado sobre si próprio, uma avó cansada”.
E continuou a sua interpelação à “nata política” dos países europeus, representados em Bruxelas pelos seus deputados, pedindo-lhes que não se limitassem a preocupar-se com a economia e que olhassem com outros olhos e outra dignidade para os imigrantes, os idosos, os trabalhadores, os pobres e as minorias perseguidas.
Sem meias palavras, afirmou em pleno Parlamento Europeu o “primado da pessoa”, enquanto expressão de uma inalienável dignidade transcendente e da capacidade inata de distinguir o bem do mal.
Afirmou textualmente: “persistem ainda muitas situações onde os seres humanos são tratados como objetos”, denunciando: “não se pode tolerar que o Mediterrâneo se torne um grande cemitério”.
Exortou os parlamentares a evitar os “purismos angélicos, os totalitarismos do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria”.
Francisco é mesmo “um Papa sem papas na língua”!
Pe. José Maia
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