O Plano Diretor Municipal (PDM) de Porto de Mós, no distrito de Leiria, vai ser parcialmente suspenso para permitir a construção de um lar e centro de dia para servir os idosos de três freguesias do concelho.
O presidente da Câmara de Porto de Mós, João Salgueiro, explicou à agência Lusa que a suspensão visa "exclusivamente" a construção de um equipamento social na zona serrana do concelho, obra do Centro de Apoio Social das Serras de Aire e Candeeiros (CASSAC).
"Temos o concelho coberto com instituições de apoio à terceira idade, excetuando toda aquela zona da serra, Arrimal, Mendiga, São Bento e Serro Ventoso, que não tem lar", explicou João Salgueiro, salientando que se trata de uma "infraestrutura importante".
Segundo o autarca, o terreno em causa "está no meio de construções, não tem problemas em termos de impacto e é de consolidação de um aglomerado urbano já existente", considerando ser "um erro nítido do PDM" a área não ter "condições para construção".
João Salgueiro esclareceu que a suspensão do plano de ordenamento, a ser submetida à reunião da Assembleia Municipal na sexta-feira, teve "luz verde" de todas as entidades.
O presidente do CASSAC, Saul Saraiva, adiantou que o terreno, no limite de Serro Ventoso e Mendiga, foi pago pelas juntas.
"O projeto teve início há cerca de dez anos, quando as quatro freguesias -- hoje três -- pensaram construir um lar, porque não havia, nem ainda há, um equipamento para a terceira idade aqui", informou Saul Saraiva, realçando que naquela área do concelho a população é envelhecida e muitas pessoas vivem isoladas.
Saul Saraiva destacou ainda a importância do investimento, num momento em que o Centro de Apoio Social está em instalações provisórias e sem possibilidade de crescer.
"Estamos no espaço de uma associação, mas as instalações são reduzidas para dar apoio domiciliário [a 50 utentes] e fornecimento diário de cerca de 200 refeições a alunos", referiu.
O dirigente afirmou que o projeto "será concretizado por módulos", de acordo com as disponibilidades financeiras da instituição particular de solidariedade social, que conta com 14 funcionários.
"Se houver verbas para realizar a obra de uma só vez, fazemos, mas não havendo é por módulos", referiu, adiantando que o primeiro é o centro de dia, para meia centena de utentes, obra no valor de meio milhão de euros, que inclui a cozinha, o tratamento de roupa e a sede da instituição, e cuja construção deve começar no segundo semestre.
De acordo com Saul Saraiva, o segundo módulo, o lar, que pode custar cerca de 2,5 milhões, vai ter capacidade para 36 camas, acrescentando que o centro abandonou a ideia de edificar uma creche.
"Temos algum dinheiro, mas é pouco. Pretendemos obter apoios das juntas, da câmara, de empresários, do Estado e vamos fazer uma candidatura ao novo quadro comunitário de apoio", declarou o presidente do CASSAC.
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