Numa altura em que muito se fala das vagas de imigração que procuram a Europa, fugindo da fome, da guerra e das perseguições religiosas, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho visitou o Centro Comunitário de São Cirilo, no Porto, instituição que, desde 2010, acolhe e apoia aqueles que procuram Portugal em busca de uma vida melhor.
Fornecer ferramentas para que estes imigrantes, muitos deles sem nada ou quase nada, possam começar de novo é o grande propósito da instituição dirigida pelo sacerdote jesuíta Filipe Martins.
O convite para a visita ao Centro Comunitário São Cirilo partiu do presidente da CNIS, padre Lino Maia, que sublinhou o papel da instituição portuense, nascida quando a crise rebentou em Portugal, mas mesmo assim conseguiu vingar.
Aliás, o padre Lino Maia voltou a destacar a importância do Setor Social Solidário no “atenuar das consequências da crise sobre os portugueses”, relembrando que “não houve instituições a fechar portas e não houve despedimentos”, sendo que “o Setor Solidário foi o que mais contribuiu para a criação de postos de trabalho” neste período de grande desemprego.
O padre Lino Maia recordou ainda a recente aprovação em Conselho de Ministros do decreto-lei sobre Cooperação, que espera promulgação da Presidência da República, e que será muito importante para o futuro relacionamento entre o Estado e o Terceiro Setor.
Por seu turno, Passos Coelho sustentou que “Portugal está disponível para oferecer mais acolhimento e mais resposta a estas pessoas que precisam de ter um acolhimento maior dentro da União Europeia”, referindo que o desafio é também “cuidar bem” dos que querem regressar.
O governante considerou que, se Portugal “quer manter boa prestação” neste domínio, “tem de ser muito equilibrado na forma como dirige as suas respostas para aqueles que precisam e que estão cá, tal como para os que vêm de fora”.
O primeiro-ministro referiu ainda um relatório apresentado no passado dia 12 de Junho sobre a imigração em 38 países desenvolvidos, que identificou Portugal “como o país do sul da Europa que mais bem promove o combate à discriminação e melhor promove a integração” de comunidades imigrantes.
Sobre o acolhimento de imigrantes na União Europeia, Passos Coelho assinalou ser necessário encontrar critérios que permitam “ter em conta quer a dimensão do território humano, dimensão demográfica da sociedade que acolhe imigrantes, quer o seu nível de desempenho económico, e também o nível de desemprego”.
A cerimónia contou ainda com a presença de D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto, e de uma vasta plateia composta por utentes e colaboradores do Centro Comunitário de São Cirilo, mas igualmente de dirigentes de outras IPSS da cidade Invicta. Presente estiveram igualmente o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, e a diretora do Centro Regional da Segurança Social do Porto, Ana Venâncio, entre outras personalidades.
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