FESTA A 12 DE SETEMBRO

Évora vai ser a montra do país solidário

A Festa da Solidariedade tem este ano o epicentro em Évora. É a nona edição de uma iniciativa que começou em Lisboa, em Setembro de 2007, seguiu para Barcelos, passou por Viseu, Castelo Branco, Santarém, Faro, Guarda, Porto e agora chega a Évora.
A primeira parte da Festa é a tradicional iniciativa da Chama da Solidariedade que estabelece a ligação entre o último local da festa, Porto, e o destino deste ano: Évora. A organização está a cargo da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social local com a cumplicidade da CNIS.
Eleutério Alves, elemento da direção da CNIS e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, é, pelo nono ano consecutivo, o líder da comissão encarregada da organização da Festa da Solidariedade. Depois de um balanço francamente positivo da edição de 2014 importa saber se ainda é possível inovar na Festa da Solidariedade.
 

SOLIDARIEDADE - Ao cabo de nove edições da Festa da Solidariedade ainda é possível inovar?
Eleutério Alves – É sempre possível inovar. Os objetivos que nós definimos para esta festa no primeiro ano são os mesmos que ainda hoje perduram. Não mudaram. A razão de ser da Festa é dar visibilidade às IPSS e à rede Solidária; dar visibilidade às boas práticas que se fazem nas instituições de solidariedade social. Mostrar que as IPSS estão vivas e praticam o bem. Numa altura destas é fundamental dizer ao país que há uma resposta social pronta, capaz e disponível.

A Festa vai ser este ano em Évora depois de ter passado já por oito distritos diferentes. É mostrar a solidariedade ao país quase cidade a cidade...
Évora é um distrito onde nunca se tinha feito nada. A Chama da Solidariedade passou por lá numa edição anterior, mas apenas por umas horas. Évora, Beja e Portalegre eram distritos que estavam ainda fora desta rota. A escolha de Évora é por isso muito pertinente. O Alentejo precisa que as IPSS que tem, e que são muito dinâmicas, se mostrem ao país para que se faça a justiça de reconhecer que o Alentejo está bem coberto pela rede solidária.

A visibilidade que este setor solidário tem tido está relacionada também com o sucesso destas iniciativas?
Tem que ver. Há de facto um reconhecimento público, que é muito importante para nós. Mas também um reconhecimento político, designadamente por parte dos últimos governos, que percebeu a força e a disponibilidade deste setor para ajudar verdadeiramente o país nos momentos mais difíceis. O papel relevante da capacidade de resposta das IPSS tem sido reconhecido pelos governos e pelos partidos. Estas iniciativas mostram a face das instituições. Numa altura destas em que se fala de muita coisa má que acontece em Portugal também é necessário mostrar o outro lado: o país tem recursos solidários aparentemente inesgotáveis. A rede solidária é uma rede de salvação. É evidente que o trabalho que a CNIS tem desenvolvido, sobretudo sob a liderança do padre Lino Maia, tem contribuído, de forma importante, para esta credibilização das IPSS, da rede solidária e para a imagem que elas hoje mantêm. Mas se não fosse o esforço que elas fazem e desenvolvem nas boas práticas que colocam no terreno social, por muito que a CNIS fizesse, a projeção da imagem não seria conseguida. Elas são as grandes responsáveis pelo bem social que se faz neste país.

A Festa tem duas vertentes, a Chama da Solidariedade e a Festa. A Chama da Solidariedade com a sua passagem por muitas localidades exibe a malha fina da Rede Social...
A Chama da Solidariedade é uma atividade que procura unir as IPSS ao longo do país. Isto por etapas. Parte do local onde se realizou a última festa para chegar ao sítio da próxima festa. Pelo caminho, vai chamando a atenção para a Rede Solidária e para as instituições. As IPSS abrem as portas e os utentes e funcionários partilham momentos de alegria com o cortejo que transporta o facho aceso.

Este ano qual é o percurso?
A chama vai ligar o Porto a Évora. Contrariamente ao que tem acontecido, vai haver um traçado em que a Chama vai fazer a viagem em ritmo acelerado. No dia 7 de Setembro haverá uma saída simbólica do Porto e no dia 8 é recebida no distrito de Portalegre, onde andará durante dois dias. Fazemos isto porque na mancha central do país - Coimbra, Guarda, Castelo Branco e Viseu -, a Chama, noutras edições, já passou duas vezes. Vamos por isso concentrar as iniciativas nos dois distritos mais próximos do epicentro da Festa. Nos dias 10 e 11 estará pelo distrito de Évora. Durante quatro dias em Évora e Portalegre a Chama terá programas interessantes, envolvendo todos os concelhos e todas as IPSS, dando a visibilidade que se pretende aos parceiros sociais.

A Festa propriamente dita será em Évora com o formato habitual?
Haverá a chegada da Chama a Évora no dia 11 de Setembro à noite, com animação proporcionada por instituições do distrito, mostrando também as atividades culturais e recreativas das IPSS. No dia 12 a animação será quase toda de instituições de fora do Alentejo para que elas levem até Évora a sua cultura, tradição, a sua animação, para um intercâmbio de experiências e pessoas e de alguma forma mostrar as diferenças na igualdade de objetivos, no esforço que desenvolvem para dar dignidade à vida das gentes mais desfavorecidas.

O objetivo é que muita gente lá vá. Por ser em Évora isso é mais complicado?
Não sei se será mais difícil. É claro que o Alentejo tem menos gente do que outras regiões do Norte ou Lisboa. Mas nós fizemos festas em Castelo Branco e Guarda e a diferença não foi muita em termos de presença de público. Vamos fazer a Festa na Praça do Giraldo e é uma oferta às gentes locais e contamos com a colaboração da cidade. Acredito que vamos ter bastante público. Está a uma hora de Lisboa, a uma hora do Algarve está a uma hora de Castelo Branco... Estamos confiantes.

A Festa acontece a cerca de um mês das eleições. É também uma boa forma de alertar os partidos para a Solidariedade...
Também é. Faz parte do formato da Festa um momento institucional onde o presidente da CNIS faz uma intervenção político-institucional e, seguramente, ele vai aproveitar para induzir na narrativa  das campanhas dos partidos as perspetivas da CNIS sobre as políticas sociais. Esperamos também que os partidos se aproximem de Évora nesse dia de Festa para que percebam o que é a Rede Solidária. Para que percebam que não são só os acordos de cooperação que o Estado faz com  as IPSS para garantir uma ação social direta.  A solidariedade é muito mais do isso. Seria bom que aparecessem..

V.M. Pinto – texto e fotos

 

Data de introdução: 2015-08-06



















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