Os tempos que vivemos reclamam de todos uma extrema atenção a cada passo que damos, a cada decisão que é necessário tomar, tendo em conta a situação de um conjunto de crises que urge enfrentar com inteligência e nervos de aço!
Não temos grandes razões para viver sossegados, tantos são os desafios que, a cada momento, nos são colocados aos mais variados níveis. Quem tem uma família para sustentar, quem tem uma empresa para dirigir, um empréstimo para pagar, um desemprego para resolver…vive um dilema permanente que pode desembocar numa situação de pânico ou desânimo! Apesar de tudo, e contra tudo, lá vamos encontrando resiliência para ir sobrevivendo a todas as adversidades.
Porém, como diz o bom povo: “uma pessoa não é de ferro”! Após tantos anos a trabalhar para manter o famigerado ”monstro” de milhões e milhões de dívidas acumuladas, da subjugação a uma troika que legitimou pesadas políticas de austeridade que nos levaram a um empobrecimento coletivo… eis que nos confrontaram com uma “crise política” de contornos muito nublados! Não dá para entender!
Quem vive, trabalha e se preocupa com as vítimas de tantas crises, como é o caso de milhares e milhares de voluntários, mormente os que asseguram o dia-a-dia de milhares de Instituições Particulares de Solidariedade Social, de empresas que fazem das tripas coração para manter postos de trabalho com direitos, não compreenderá que se transforme o Parlamento num palco onde os diversos atores políticos passem o tempo a esgrimir argumentos para provar quem manda mais! Poupem-nos a este espetáculo! Afinal, eleitores e eleitos, não somos todos concidadãos da mesma Pátria?!
Sendo verdade que “tudo é política”, convém também recordar que a “política não é tudo” e, mais ainda, que “na política não vale tudo”!
O Parlamento, como CASA DA DEMOCRACIA, tem de ser, antes de mais, uma garantia do acesso de TODOS aos seus direitos de CIDADANIA consignados na Constituição da República.
Sobre quem é eleito/a para deputado/a da Nação, independentemente do partido em que milita, cai a responsabilidade da “representação política” (e só esta) de todos os cidadãos.
Uma vez eleitos, e à semelhança do que acontece com o Presidente da República, passam a representar na Assembleia da República TODOS os portugueses, “privilegiando os interesses coletivos” e relegando para segundo plano as suas “cartilhas partidárias” (sejam elas de esquerda ou de direita)!
Trabalhinho não lhes vai faltar!
Seja qual for o governo que vier a ser formado e apoiado por uma maioria parlamentar, que lhe confira previsibilidade e consistência, terá de começar por enfrentar, através de políticas corajosas e criativas, o desemprego, a pobreza de milhões de portugueses, com especial prioridade para as crianças e idosos. Deverá merecer-lhe igual prioridade o problema da falta de condições que facilitem a conciliação entre a vida profissional e familiar, um maior crescimento económico e desenvolvimento social que permita criar mais riqueza para a poder repartir com mais justiça social!
Se há “marca” que todos os portugueses valorizam em qualquer Governo e em qualquer Parlamento (sejam eles de esquerda ou direita), essa marca chama-se: SOCIAL!
Pe. José Maia
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