UDIPSS SANTARÉM

Reconhecimento fez crescer volume de trabalho

Dia 19 de Março, das 11h00 às 12h00, na Estação Zootécnica Nacional, no Vale de Santarém, decorrerá o ato eleitoral para eleger os novos órgãos sociais da UDIPSS Santarém para o mandato de 2016-2019. Há apenas uma lista candidata, novamente encabeçada por Eduardo Mourinha, que, como refere nesta conversa, não tinha intenção de ser novamente candidato, mas perante a ausência de outra(s) candidatura(s), aceitou dirigir a União por mais quatro anos.
Atualmente, a UDIPSS Santarém conta com 181 associadas, distribuídas pelas regiões do Médio Tejo, que pertence à Zona Centro, e da Lezíria do Tejo, que integra o Alentejo, e sob «influência» de cinco dioceses (Coimbra, Portalegre-Castelo Branco, Leiria-Fátima, Évora e Santarém).
Dar continuidade ao muito trabalho desenvolvido nos últimos anos, que tem valido grande reconhecimento à União Distrital, é o grande propósito dos novos órgãos sociais para o futuro.

SOLIDARIEDADE – Que balanço faz do mandato que agora termina?
EDUARDO MOURINHA – É um balanço bastante positivo, porque tivemos um aumento exponencial de movimento na União e um grande reconhecimento das entidades, oficiais e não só, que, nesta altura, nos dá uma visibilidade de tal maneira abrangente que somos convidados para tudo e mais alguma coisa, seja para parcerias, para a realização de eventos, para estarmos presentes nos CLAS da maior parte dos concelhos do distrito, seja no Conselho Estratégico do Médio Tejo, como representantes da área social. Este é um cargo que nos reconhece como parceiros de alto nível. Neste aspeto estamos bem vocacionados para representar as IPSS a todos os níveis, pelo que o último mandato foi bastante bom. No último ano juntaram-se a nós mais 10 instituições, o que há dois anos não acontecia. Reconhecem-nos como verdadeiros representantes das instituições, daí o aumento de solicitações que tivemos a todos os níveis e a necessidade de ter aqui uma pessoa a tempo inteiro.

Significa que as instituições se reveem na UDIPSS como elo de ligação a outras instâncias?
Sim, mas não quer dizer que não haja quem não se sente bem representado, mas isso é como em tudo na vida. Só lamento que, ao fim de dois mandatos, não apareça nenhuma lista para concorrer, porque, na verdade, eu já não tinha interesse em continuar.

E isso deve-se a quê?
Não faço ideia se é por desinteresse das pessoas ou se se sentem ou não bem representadas. Não sei se é desinteresse por saberem que isto dá muito trabalho ou porque acham que estamos a fazer um bom trabalho. Dá para os dois lados…

E houve renovação na composição dos órgãos sociais?
Não e não aconteceu por três motivos. Desde início disse que não me recandidataria e, nessa altura, disse a alguns colegas dos atuais órgãos sociais que arranjassem alguém porque eu não estava disponível. Estou cansado, pois foram estes dois mandatos, outros dois como vice-presidente e ainda o tempo do Secretariado, ou seja, já estou nisto desde 1993. Logo à partida, o presidente da Mesa da Assembleia disse que se eu continuasse ele também continuaria e, a partir daí, condicionou logo alguns potenciais interessados a candidatarem-se. Perante esta situação disse-lhes que apresentaria uma candidatura, mas com uma condição: se aparecesse alguma lista credível, eu retirava-me e eles arranjariam outro candidato. Para ser sincero, não me esforcei nada para arranjar gente nova. Houve apenas a troca de um secretário entre a Direção e a Mesa da Assembleia e a substituição de uma pessoa, mas em representação da mesma instituição.

Disse que tem havido um crescendo de solicitações das instituições à União Distrital…
E das respostas também.

Mas quais são as principais razões dessas solicitações?
Estamos a ser constantemente bombardeados com problemas laborais e com os estatutos. Depois apoiamos situações de candidaturas, damos consultoria, com uma equipa de voluntários. Neste momento estamos assoberbados com problemas que as instituições nos colocam. A assessora jurídica tem muito trabalho e esta é uma das áreas que as instituições mais recorrem à União. Temos feito muitas sessões descentralizadas sobre candidaturas, sobre os estatutos e ainda sobre o Contrato Coletivo de Trabalho.

E as instituições aderem bem a essas sessões promovidas pela UDIPSS?
Aderem porque nós fazemos essa descentralização. Normalmente fazemos seis sessões – duas a norte, duas a centro e duas a sul do distrito – e, assim, nós é que vamos até elas e não são as instituições que têm que vir até nós. Se for para as Assembleias Gerais são meia dúzia de gatos-pingados, mas para estas ações as instituições aderem.

E qual é o plano de atividades/projetos para o novo mandato, o primeiro de quatro anos?
Os projetos passam por continuar a formação em torno do Alzheimer, que conta com um apoio financeiro significativo da Fundação Montepio, mas também continuar com o apoio jurídico às instituições. Depois, como os estatutos já permitem que sejamos entidade formadora, candidatámo-nos a dar formação no âmbito do Portugal 2020 em várias áreas. E esperemos que isso saia rápido, pois já estamos há tanto tempo à espera e ainda nada… Queremos ver se conseguimos crescer em número de associadas, porque ainda há um conjunto de instituições que, por este ou aquele motivo, não se chegam até nós. Vamos ver se conseguimos, pelo menos, um aumento como aconteceu neste último ano. E há uma coisa que é preciso salientar, é que temos 180 associadas e todas com as quotas pagas.

Olhando ao distrito, qual a situação em termos de cobertura pelas diversas respostas sociais?
Relativamente às chamadas respostas típicas julgo que a situação é razoável, agora na área da saúde mental estamos mal, mesmo muito mal. Não se compreende como é que em Torres Novas há um equipamento para a saúde mental pronto há três anos e devidamente equipado, pertença do CRIT, e ainda não esteja a funcionar, porque há um diferendo entre a Segurança Social e o Ministério da Saúde, com cada um a empurrar para o outro para saber quem é responsável por aquela resposta. Não se compreende, mas era preciso desbloquear a situação deste equipamento, porque faz muita falta, uma vez que só há mais uma instituição no distrito a trabalhar essa área e é muito pequena.

Perante o cenário de lista única, esta é uma eleição com vencedor anunciado. Que mensagem quer deixar às instituições do distrito?
No nosso caderno encargos, chamemos-lhe assim, é feita uma proposta às instituições que considero ter muita força e horizonte, isto é, bastante ambiciosa, por isso espero que as instituições correspondam aos desafios. Queremos também que colaborem connosco e não estejam só à espera da contribuição da União, mas que possam também dar sugestões. Nesse sentido, vamos enviar-lhes um inquérito de satisfação, para melhor avaliarmos em que é que a União correspondeu, se há outros assuntos que elas querem ver-nos a tratar, pois queremos saber onde errámos, onde progredimos e qual o melhor caminho a seguir. Se não nos derem linhas de orientação que possam vir a corresponder ao que lhes estamos a propor, nós também não conseguimos fazer nada. O que queremos é continuar com os pés bem assentes na terra e ver qual as necessidades das instituições para melhor correspondermos aos seus anseios.

E como avalia a relação da UDIPSS Santarém com a CNIS e com as demais Uniões Distritais?
Nós temo-nos dado sempre bem com toda a gente e é nessa comunhão de trabalho que temos conseguido avançar, não queremos é que isto regrida. Posso estar enganado, mas tenho a impressão que há uma tentativa velada para tirar alguma força às Uniões Distritais. Pelo que tenho visto nos últimos tempos há essa tentativa, mas também não sei da parte de quem, é uma sensação que tenho e posso estar errado, repito. Agora, a relação com as outras Uniões tem sido boa e com a CNIS tem sido ótima.

Pedro Vasco Oliveira (texto e fotos)

 

Data de introdução: 2016-03-11



















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